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Terça, 02 Outubro 2012 06:14

Coluna Política

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  O confronto indesejado Nesta eleição em Fortaleza, PT e PSB travam duas disputas em uma. A principal, evidentemente, pela Prefeitura. Mas há, também, uma batalha particular entre as duas candidaturas. Claro que a meta de cada uma é sair vitoriosa. Mas, caso não seja possível, o fundamental para ambas é ficar à frente do ex-aliado. Se não for alcançada a vitória eleitoral, buscam, no mínimo, a vitória política. Desde as primeiras pesquisas divulgadas, apoiadores de Elmano de Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PSB) estão preocupados muito mais com a posição de um em relação ao outro que com os que estavam na liderança. A provável ida dos dois para o segundo turno complica tudo. Caso apenas um deles chegasse lá, já teria assegurado o ganho simbólico, independentemente da conquista da Prefeitura. Na hipótese de levar Elmano ao segundo turno contra qualquer candidato que não o do governador, a prefeita Luizianne Lins (PT) já sairia vitoriosa inconteste, diante do desgaste que conseguiu superar. Já para Cid Gomes, eventuais derrotas de Roberto Cláudio para Inácio Arruda (PCdoB) ou mesmo para Moroni Torgan (DEM) ou Heitor Férrer (PDT) não seriam motivo para maiores incômodos. Por outro lado, para a prefeita, talvez fosse menos inconveniente ter Moroni na Prefeitura, a quem faria oposição aberta, a ver Roberto Cláudio na cadeira que hoje é dela. E a quem não seriam poucos os seus correligionários interessados a aderir à nova ordem. Se é verdade que as relações nunca mais serão como antes, o fato é que o PT permanece com cargos de destaque no Governo do Estado. Sem falar da aliança federal. Haverá pressões e articulações por algum nível de repactuação pós-eleitoral, seja lá quem for o vencedor. Assim, o que está em jogo na disputa para prefeito é a correlação de forças na possível recomposição pós-eleitoral. A forma como a retomada do diálogo se dará – se é que haverá – será decisiva para a sucessão de 2014. E a eventual ida dos dois ex-parceiros ao segundo turno complica bastante o entendimento futuro. Se apenas um estiver lá, quem ficar de fora será constrangido, de certo modo, a dar o apoio ao ex-aliado, devido as circunstâncias estaduais e nacionais. Mas, em caso de prorrogação do embate, os humores ficarão ainda mais ariscos. OSCILAÇÕES NA GEOGRAFIA DO VOTONo último sábado, O POVO trouxe dados inéditos do Datafolha, com a primeira pesquisa desta eleição com resultado por Regional de Fortaleza. Como seria natural a quem lidera a pesquisa, Elmano aparece sempre na frente ou tecnicamente empatado. Mas há oscilações significativas. As maiores vantagens em relação ao perseguidor mais próximo são nas Regionais I e III. A primeira, onde a Prefeitura concluiu o único dos seis Centros Urbanos de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cucas) prometidos, além do projeto Vila do Mar. Já a Regional III é onde fica o Hospital da Mulher. Por outro lado, as únicas áreas em que o petista não aparece em primeiro - embora tecnicamente empatado na liderança - é nas Regionais II e V. Ou seja, onde estão os locais mais ricos e os mais pobres da Capital, respectivamente. Nesta última, a força de Moroni Torgan (DEM) não é de admirar. Sempre foram regiões da cidade na qual teve suas votações mais expressivas. Fenômeno que, longe de estereótipos ou simplificações totalizantes, provavelmente tem parte da explicação no fato de serem, historicamente, também as áreas mais violentas de Fortaleza. O que chama atenção é a força de Roberto Cláudio na Regional II. Esse setor foi tradicionalmente arredio ao Governo do Estado. E costumava dar votações expressivas ao PT. No que se vê sinalização de mudança da relação com o Executivo estadual a partir do mandato de Cid. Também não surpreende a divisão dos votos na Regional IV. Uma área central e plural, que abrange bairros tidos como progressistas, como Benfica e Bairro de Fátima. Além de Montese, Parangaba e Itaperi, localidades bastante diversas, dinâmicas e tradicionais ao mesmo tempo. Ali aparecem tecnicamente empatados Elmano, Moroni, Heitor Férrer (PDT) e Roberto Cláudio (PSB), além de ser a única Regional em que Renato Roseno alcança os dois dígitos.
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