A repactuação
O candidato Inácio Arruda (PCdoB), na última segunda-feira, levantou hipótese tão provocativa quanto provável. Ao participar da série de entrevistas “A Hora da Verdade”, no Grupo de Comunicação O POVO, ele afirmou que o caminho natural é, passada a eleição, que PCdoB, PT e PSB estejam novamente reunidos em torno do mesmo arco de alianças. “Claro que vai voltar (a aliança política), mesmo depois dos atritos da campanha”, disse. Na verdade, voltar talvez nem seja bem o termo. Todas essas forças permanecem bem juntinhas não só no Governo Federal, mas também na administração Cid Gomes (PSB). Vale lembrar que na polêmica da vez entre Governo e Prefeitura – o enfadonho jogo de empurra sobre as desapropriações que deveriam dar passagem às obras da Copa do Mundo de 2014 – um dos entes estaduais que teria tudo a ver com o assunto seria a Secretaria das Cidades, gerida pelo PT. Aliás, uma das três pastas petistas. Já o PCdoB mantém seu quinhão na Saúde, uma das meninas dos olhos da administração Cid. Isso enquanto, na campanha em Fortaleza, as três legendas trocam críticas cada vez mais incisivas. A campanha de Inácio, que vinha mais “paz e amor”, passou a insistir que não será o ex-presidente (Lula, no caso) nem o governador (Cid) quem governará a Capital. E defende a necessidade de um “prefeito de verdade”. Os de mentira, subentende-se, seriam Elmano de Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PSB).
Mesmo nesse clima, todos permanecem acomodados nas gestões Cid e Dilma Rousseff (PT). De modo que a hipótese de repactuação é bastante plausível, sim. O PCdoB já sinaliza que está disposto a esquecer as animosidades presentes em nome da pacificação futura.
No caso de PT e PSB, esse caminho também é muito provável. O que não quer dizer que será fácil.