Na Assembleia Legislativa, o envolvimento dos parlamentares se dá de forma direta, quando o deputado é candidato a alguma prefeitura, e também de forma indireta, quando seus esforços estão voltados à manutenção de suas bases eleitorais no Interior, apoiando campanhas de pessoas de sua confiança. As eleições também deverão pautar a rotina de trabalhos na Casa.
O líder do Governo do Estado na Assembleia Legislativa, deputado estadual Antônio Carlos (PT), admite que, numa casa eminentemente política, o debate não deve fugir das eleições, mas também não pode prejudicar o andamento natural dos outros temas. Segundo ele, deverão ser discutidos projetos relacionados à Copa do Mundo e ao porto do Pecém. “Muitos parlamentares têm suas bases eleitorais no Interior. A gente vai estar atento ao quórum. É um fato que ocorre no parlamento brasileiro”, disse.
Antônio Carlos defende ainda que o debate sobre as eleições deve ocorrer dentro de um clima extremamente racional. Ele entende que serão problematizados projetos para prefeituras do Interior e também da Capital, mas entende que esse não pode ser o único debate. “Não pode ser trazido no calor dos acontecimentos. Fortaleza também entraria nesse debate porque é a principal cidade. Eu, particularmente, não vou deixar de defender as ações da gestão de Fortaleza, de maneira alguma”.
Para o deputado estadual Heitor Férrer (PDT), pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza e um dos únicos opositores do Governo do Estado na Assembleia, por conta do ano eleitoral, o parlamento não deveria mudar o comportamento ou desviar de suas funções, que é de legislar e fiscalizar os atos do Poder Executivo. Ele destaca que o compromisso assumido pelo parlamentar é de representação popular durante os quatro anos.
“As disputas municipais envolvem a grande maioria dos deputados. Envolve os que disputam e os que têm necessidade de controle dos municípios onde têm base eleitoral. E é óbvio que isso interfere no dia a dia da Assembleia Legislativa”, explica, acrescentando que prova disso é o recesso branco, em agosto e setembro, oficializado pelo parlamento.
No entanto, ele promete realizar seu trabalho “na mesma pisada” com que iniciou o mandato. Conforme Férrer, neste ano, a Assembleia se mostrará uma casa política onde se discute com base na correlação de forças, entre quem tem mais força e quem tem menos força. “Nesse período de eleições municipais, existem muitos conflitos entre deputados da base do Governo, porque disputam as bases eleitorais no mesmo município”. (LG)