A última semana foi marcada, na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), por manifestações de deputados em torno de demandas da área da saúde. Os parlamentares cobraram especialmente melhoras nos sistemas de atendimento dos serviços de saúde pública.
Foi o caso, por exemplo, da deputada estadual Dra. Silvana (PL), que em uma das sessões plenárias da Casa repercutiu debate promovido pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), na última terça-feira (12), sobre a regulação de listas de espera para cirurgias eletivas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Na ocasião, foi discutida a necessidade de se implementar uma estratégia de organização e de transparência nas listas de espera para consultas, exames, procedimentos e cirurgias eletivas realizadas pelo SUS. “Foi apresentado um projeto de sucesso no estado de Santa Catarina e que poderia ser replicado, com adaptações à realidade do Ceará”, salientou a parlamentar.
Segundo Dra. Silvana, a intenção é de apresentar um projeto na Casa que trate da transparência nos serviços de atendimento do SUS. “Pretendemos entrar em um consenso com os deputados aqui da Casa, junto à Comissão de Seguridade Social e Saúde, para darmos entrada em um projeto que torne a questão das filas do SUS no Ceará mais transparente”, ressaltou.
Na ocasião do pronunciamento, o deputado Vitor Valim (Pros) reforçou a importância do tema. “É uma boa discussão levantada pelo Ministério Público, dando transparência sobre a ocupação e disponibilidade de leitos cirúrgicos do SUS”, pontuou.
Já para Carlos Felipe (PCdoB), a preocupação principal foi a ampliação do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) para melhorar o atendimento médico. Destacando a importância do trabalho do Samu no socorro a pacientes, ele repreendeu, de modo particular, a demora da gestão pública do município de Crateús para implantar o serviço na cidade.
“Crateús tinha um dos maiores índices de mortes por infarto e AVC. Lamento muito que a cidade tenha sido uma das últimas a receber uma base do Samu. Lamento mais ainda que tenha sido por demora da gestão municipal em equipar um local adequado para isso”, disse.
O parlamentar lamentou ainda que o governo federal não esteja mais credenciando novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), e que o Governo do Estado terá de arcar com maiores investimentos para entregar novos equipamentos de saúde. Segundo ele, as constantes reduções de investimentos na saúde são inaceitáveis e precisam ser revisadas.
“É triste esses cortes em educação. Não é possível ter uma população envelhecendo, precisando de mais auxilio médico e não ter o amparo. Esse governo está se firmando como um dos piores na saúde. Mas sabemos que é um quadro que vem de outros governos”, observou.
Reunião
Também na última semana, os parlamentares chegaram a ter uma reunião com o secretário de Saúde do Estado, Dr. Cabeto. O deputado Carlos Felipe comentou sobre o encontro, também na tribuna da Assembleia Legislativa, destacando a discussão sobre a situação do Hospital Batista, que pode ter que fechar as portas.
O parlamentar relatou que o secretário, para evitar o fechamento da unidade, pretende transformar os 100 leitos para o formato de hospice, unidade de cuidados paliativos. “Os leitos podem ser fechados por uma questão de repasse da Prefeitura de Fortaleza, o que nos preocupa, pois por mais que nossa rede de saúde esteja sendo expandida, não podemos abrir mão de nenhum leito ou serviço”, externou.
O deputado Lucilvio Girão (PP) apontou que o problema das filas e ainda é preocupante, visto a complexidade dos casos de pacientes que chegam até o seu gabinete. “Se os planos do secretário funcionarem, aplaudirei. Como deputado e médico, recebo todo dia casos graves na porta do meu gabinete, como pancreatite, AVC, e essas pessoas continuam sem receber o atendimento necessário”, lamentou.
Dra. Silvana, que preside a Comissão de Saúde da Casa, se comprometeu a continuar cobrando o poder público municipal pelo investimento de R$ 1,5 milhão viabilizado pelo deputado federal Dr. Jaziel (PL-CE) para a área.