Os presidentes da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (AL-CE) e da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) encerraram as sessões plenárias das duas casas após a notícia do desabamento de um prédio de sete andares no bairro Dionísio Torres. Conforme os parlamentares, a intenção era prestar solidariedade às vítimas e procurar mais informações sobre o ocorrido.
No caso da AL, a interrupção da sessão plenária atendeu a solicitação dos deputados Heitor Férrer (SD) e Renato Roseno (Psol). O primeiro sublinhou a importância da fiscalização predial, defendendo que, se a fiscalização constatar risco de desabamento, a construção deve ser demolida. “As famílias não devem ser submetidas a esse risco, tampouco os pobres que os ocupam, quando em situação de abandono”, declarou.
Na Câmara dos Vereadores, o presidente Antônio Henrique (PDT), ao suspender a sessão, disse que recebeu a informação do desabamento com “grande tristeza” e prestou apoio aos familiares e vítimas do acidente. “Vamos encerrar a sessão em solidariedade e respeito, a fim de prestarmos nosso apoio e buscarmos mais informações sobre o fato”, disse ele. “Quero me solidarizar com todas as famílias e as vítimas desse acontecimento. Deixo a Câmara Municipal à disposição de todos os familiares para ajudar no que for preciso”, declarou, ainda.
Antônio Henrique informou que os vereadores que falariam em plenário ontem seriam transferidos para a sessão ordinária de hoje.
Acompanhamento
Foram formados grupos de parlamentares para se dirigir ao local do acidente após o fim das sessões. Da Assembleia, além do presidente José Sarto (PDT), foram também os deputados Fernando Santana (PT), Queiroz Filho (PDT), Walter Cavalcante (MDB), Carlos Felipe (PCdoB), Patrícia Aguiar (PSD), Elmano de Freitas (PT), Acrísio Sena (PT), Danniel Oliveira (MDB), Heitor Férrer (SD) e Tony Brito (Pros).
O presidente destacou que o grupo estava acompanhando os trabalhos das equipes que atuaram no local, incluindo diversas secretarias municipais e do Governo do Estado. “Neste momento, é fundamental priorizar o socorro às vítimas e a assistência às famílias. Há toda uma mobilização para dar suporte aos trabalhos”, disse ele.
Heitor Férrer destacou a importância de os parlamentares estarem no local para prestar apoio às famílias. “Quem vai prestar ajuda são os Bombeiros, a Defesa Civil, mas nós, enquanto parlamentares, devemos estar lá como ato de solidariedade”, frisou.
A CMFor também destacou uma comissão de parlamentares para acompanhar o resgate às vítimas, incluindo o presidente Antônio Henrique. Além dele, integraram o grupo os vereadores Guilherme Sampaio (PT), Larissa Gaspar (PT), Marcelo Lemos (PSL), Paulo Martins (PRTB), Renan Colares (PDT) e Raimundo Filho (PRTB). Os parlamentares verificaram o trabalho da força-tarefa montada pelo poder público atuando no local.
Maraponga
Trata-se do segundo caso de desabamento de prédio residencial em Fortaleza em menos de cinco meses, com um edifício tendo cedido e tido seu primeiro andar soterrado, na Maraponga, no dia 1º de junho deste ano. Assim como no caso mais recente, na ocasião havia moradores dentro do prédio.
Após o ocorrido, o caso também teve repercussão no Legislativo. O vereador Sargento Reginauro (sem partido), à época, comentou que no Brasil as leis só são endurecidas quando ocorre uma tragédia. “Um prédio desabou na Maraponga e é preciso ser investigado como recebeu a autorização para ser construído. Está em discussão no Código da Cidade o habite-se ao declaratório e eu venho alertando sobre isso aqui. O brasileiro só fecha a porta depois que é roubado”, criticou.