O mês de setembro, que por iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina marca uma campanha anual de prevenção ao suicídio no País, ganhou espaço em ações e falas de parlamentares cearenses em 2019. Além de iniciativas institucionais por parte do Parlamento para promover conscientização sobre o assunto, os próprios deputados e vereadores reservaram atenção especial ao tema em seus pronunciamentos.   Na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (AL-CE), ao longo do mês, foram realizadas palestras, panfletagens, audiências públicas, visitas, mesas-redondas e sessão especial para tratar sobre o assunto. Em uma ocasião, os deputados foram pessoalmente às ruas do entorno da Casa Legislativa distribuir panfletos informativos para pedestres e motoristas. “Vamos ampliar esse debate para além do Setembro Amarelo, por meio de ações no interior do Estado”, anunciou o deputado estadual Evandro Leitão (PDT), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Mental e Combate à Depressão e ao Suicídio, na ocasião da cerimônia de encerramento das atividades da campanha na Assembleia. “Nós, deputados da Frente Parlamentar, vamos apresentar conjuntamente um projeto de indicação para criar um conselho estadual e um fundo para destinar recursos à causa”, complementou o parlamentar.   Na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), a campanha do Setembro Amarelo foi lançada oficialmente pelo vereador Márcio Cruz (PSD). Na ocasião, ele distribuiu laços na cor amarela aos colegas e chamou a atenção para o crescimento dos casos de suicídio, particularmente entre jovens. “Já tive um amigo com essa doença e ele só não cometeu suicídio pois recebeu todo o apoio da família e ajuda médica”, disse.   Segurança O debate abrangeu também questões mais específicas, como a dos registros crescentes de suicídios entre agentes de segurança, como destacou o deputado Tony Brito (Pros). “Os policiais, por exemplo, carregam o estigma de que precisam ser um ‘super-homem’. Muito pelo contrário. Nós somos muito suscetíveis. A carga emocional é tão alta, que os índices entre esses servidores, infelizmente, é um dos mais elevados”, lamentou.   O vereador Sargento Reginauro (sem partido) também abordou a questão: “Perdemos pessoas por problemas da própria profissão. Por causa do estresse, do regime militar, problemas financeiros e a falta de atendimento de saúde específico de qualidade”, disse ele, em pronunciamento na Casa. Na mesma ocasião, ele cobrou melhoras no atendimento dos Centros de Atendimento Psicossocial (Caps) e pediu a criação de um equipamento para atendimento exclusivo dos agentes de segurança pública, “por serem umas das maiores vítimas da depressão e síndrome do pânico”.   Proposições Tiveram algum destaque, em meio a isso, projetos de parlamentares que abordam o tema da saúde mental, cuja tramitação avançou no período. A Comissão de Seguridade Social e Saúde da AL-CE aprovou o PL 304/19, da deputada estadual Aderlânia Noronha (SD), que institui a Campanha de Orientação e Conscientização sobre a Depressão Pós-Parto no Ceará, a ser realizada anualmente no mês de maio.   Outras proposições que também avançaram na Casa foram o PL 330/19, de Evandro Leitão (PDT), que amplia lei estadual que disponibiliza assentos na primeira fila das escolas do Ceará para crianças portadoras de transtornos mentais, e o projeto de indicação 176/19, do deputado André Fernandes (PSL), que institui o Programa de Assistência e Atendimento Psicológico e Psiquiátrico para crianças, adolescentes e jovens do Estado.   Já na Câmara Municipal, Jorge Pinheiro (DC) apresentou dois projetos de indicação relevantes ao tema: um para que o Poder Executivo instale barreiras antissuicídio em todos os viadutos e pontes da cidade e outro que dispõe sobre a instalação de placas nesses locais com a frase “Você não está sozinho”. “Precisamos combater este mal que assola a nossa sociedade e nos unir nesta causa”, clamou, ao apresentar as propostas no plenário da Casa.