Câmara Municipal tem menor credibilidade, ao lado dos partidos
FOTO: RAFAEL CAVALCANTE, EM 8/6/2011
Boa parte dos fortalezenses não confia nos políticos e a culpa é disso é dos... Próprios fortalezenses. Pelo menos foi o que apontaram vereadores, deputados e dirigentes partidários ouvidos pelo O POVO, quando questionados sobre por que a população anda com um pé atrás em relação a eles.
Os motivos apontados são inúmeros: corrupção, promessas não cumpridas, entre outros – entretanto, todas as respostas tiveram, em comum, o destaque à parcela de culpa do eleitor nesse contexto de frustração e descrença, sentimentos confirmados pelos números da pesquisa O POVO/Datafolha publicados ontem.
Como são os eleitores quem escolhem diretamente seus representantes, é como se eles fossem corresponsáveis pelo nível da qualidade do poder, conforme argumentaram alguns políticos.
Fora isso, o cidadão também seria uma das fontes que alimentam as relações de troca e corrupção que maculam as instituições. “O eleitor também se corrompe”, lembrou o presidente estadual e municipal do PTdoB, Haroldo Abreu, que, apesar dos dados do Datafolha, se diz otimista. “Está havendo uma renovação muito grande. A lei da Ficha Limpa e outros instrumentos vão ajudar numa limpeza ética”.
De acordo com o Datafolha, 50% dos fortalezenses não confiam na Câmara Municipal, enquanto 49% não confiam na Assembleia Legislativa. Para o presidente do Legislativo estadual e candidato a prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PSB), é fundamental que as pessoas tenham um olhar mais “crítico e responsável” sobre os políticos que elegem. “As pessoas precisam acompanhar os trabalhos dos candidatos, para saberem quem que é responsável e quem que é sério no exercício da política”, opinou.
O vereador Mairton Félix (DEM) advertiu, ainda, que parte dos eleitores nem sequer lembra em quem votou em pleitos anteriores.
Os entrevistados pelo O POVO não se eximiram de autocrítica e destacaram que, às vezes, o pouco trabalho, as alianças políticas pouco programáticas, o enfraquecimento das siglas e a onda de denúncias contra a classe política ajudam na má avaliação da população. O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Segundo o Datafolha, o fortalezense confia mais na Igreja, nas Forças Armadas e na imprensa do que nos partidos políticos, na Câmara e na Assembleia. Foram ouvidos 827 eleitores. A margem de erro é de três pontos.