Guálter George, editor-executivo de Conjuntura
Um colega da Redação lançou a dúvida, ontem, enquanto os números surgiam apresentando uma extraordinária reação dos candidatos das máquinas, Elmano de Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PSB), que agora aparecem numa equilibrada disputa pelo segundo lugar na intenção de voto do eleitor de Fortaleza. Questionou ele: é apenas o horário de rádio e TV que explica isso tudo?
A pergunta embutia a cobrança de uma resposta mais elaborada, algo que realmente lhe parecesse capaz de indicar razoabilidade na reversão do cenário de até outro dia. A questão é que, olhando-se o caso pelos números do O POVO/Datafolha, o único fato novo existente entre a pesquisa que publicamos hoje e a anterior, de julho, é, exatamente, o início da superexposição dos candidatos e seus padrinhos no espaço cedido pela legislação eleitoral. A conclusão é simples, portanto, porque inexiste um outro fato a ser analisado quando se vai atrás das explicações.
A verdade é que têm razão os que brigam por mais tempo no rádio e TV como se ali estivessem decidindo as chances na disputa. É exatamente isso que acontece no processo eleitoral de hoje, segundo mostra o exemplo de Fortaleza, onde dois candidatos que até outro dia patinavam em índices irrisórios, longe dos dois dígitos, pulam para uma posição de protagonismo. De uma pesquisa para outra, apenas.