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Terça, 02 Julho 2019 04:06

Líderes evitam comentar eleição, mas ato político fala por si

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O governador Camilo Santana foi o último a falar no evento, após o prefeito que era o anfitrião O governador Camilo Santana foi o último a falar no evento, após o prefeito que era o anfitrião Foto: José Leomar
É possível. A frase do senador Tasso Jereissati (PSDB), curta em palavras, vem carregada de simbolismo e agita o cenário político local, carente de novidades no ano pré-eleitoral. A declaração do senador foi em resposta ao questionamento sobre uma aliança eleitoral do seu partido, o PSDB, com o grupo político de Ciro, Cid Gomes e do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, todos do PDT, para as eleições municipais de 2020.    A presença de Tasso e a reaproximação com o grupo governista, que inclui o governador Camilo Santana (PT) – eles estavam rompidos politicamente desde 2010 – acabaram sendo o maior fato político do evento de lançamento do pacote de investimentos de R$ 1,5 bilhão anunciado pelo prefeito Roberto Cláudio para a reta final do seu segundo mandato, que tem, no radar, o pleito de outubro do ano que vem, quando o prefeito, já reeleito, tentará fazer o seu sucessor ao cargo.    O evento, carregado de atos simbólicos, foi “econômico” em termos de falas sobre o cenário eleitoral. Saltavam aos olhos, porém, movimentos com cunho eleitoral, que foram a chegada do PSDB a um grupo formado por PDT, PT, PSD e DEM, já com assentos no palco do Teatro São José, no Centro de Fortaleza, e a apresentação comandada pelo secretário municipal de Governo, Samuel Dias, um dos nomes na disputa pela indicação para concorrer ao Paço.    O prefeito Roberto Cláudio, quando questionado sobre a atenção dada a seu auxiliar, teceu elogios ao conhecimento técnico do gestor. Disse ainda que a preocupação no momento é “arregaçar as mangas e executar”, e não especular os cenários que virão para o próximo ano.    Um dos presentes, o ex-vice-governador, Domingos Filho, usou uma frase para resumir o que estaria por acontecer: “a palavra mente, mas o movimento não”.    Conjuntura    Ciro Gomes, por sua vez, falou em “coesão política” em prol do “interesse do povo”. O ex-presidenciável pedetista foi mais cauteloso em relação à parceria eleitoral com o PSDB. “Não necessariamente”, disse. Segundo ele, é uma tradição da política cearense a união entre atores antagonistas pelo “bem da população”. “Temos aqui o Camilo, que é do PT, o Roberto Cláudio, que é do PDT. Todos estão trabalhando juntos. Se isso vai se afirmar eleitoralmente, às vezes, sim, às vezes, não. Vamos ver”, sinalizou.    Também coube a Ciro a tarefa de colocar mais atores no cenário eleitoral. Além de Dias, disse ele, o presidente da Assembleia Legislativa, José Sarto (PDT), também seria um bom quadro para Fortaleza. Dois outros nomes cotados no grupo governista, o deputado Queiroz Filho (PDT) – o parlamentar estadual mais votado do grupo nas eleições do ano passado – e o chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Élcio Batista, estavam na plateia. Conversas apenas nos bastidores.   Os nomes pertencem a uma nova geração no grupo político comandado pelo PDT, nascidos sob a liderança de Roberto Cláudio e Camilo Santana. O governador, por sinal, fez fala protocolar no evento, tendo sido o último a se pronunciar, depois do anfitrião.    Parceria    Em gesto de afago político, o prefeito agradeceu aos vereadores pelo apoio para a liberação dos empréstimos e a parceria na votação de matérias importantes para a Capital – no início do ano, alguns parlamentares da base aliada na Câmara Municipal de Fortaleza vinham demonstrando certa insatisfação com o Paço. No evento de ontem, o presidente da Casa Legislativa, vereador Antônio Henrique (PDT), quebrou o protocolo ao pedir que os vereadores, na plateia, levantassem, um a um, ao citar os nomes no microfone. Um dos movimentos que consolidou a percepção do ato político, para além de uma coletiva para anúncio de um pacote de obras.   No passado recente, aproximação entre ex-adversários políticos já foi vista no grupo governista do Ceará. Nas eleições gerais de 2018, uma parceria “administrativa” entre o governador Camilo Santana e o então senador Eunício Oliveira (MDB), que disputaram o Governo do Estado em 2014, converteu-se em aliança eleitoral, mesmo a contragosto de alguns integrantes da base aliada do petista. Apesar da estratégia, o emedebista não foi reeleito para o Senado.   O senador Tasso Jereissati, por sua vez, patrocinou no pleito do ano passado a candidatura do General Guilherme Theophilo ao cargo de governador, apoiado pelo deputado federal Capitão Wagner (Pros), que se coloca como pré-candidato oposicionista ao Paço Municipal em 2020.
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