TRECHO de documento que pede intervenção nacional no PSL do Ceará (Foto: )
Assinado pelos deputados estaduais pesselistas André Fernandes e Delegado Cavalcante, o pedido de intervenção da executiva nacional do PSL no Ceará, onde o partido é comandado por Heitor Freire, eleva a temperatura dentro da sigla.
No documento, os parlamentares chegam a mencionar a possibilidade de destituição de Freire. "Não obstante, a destituição de comissão pode ocorrer nos casos de violação do estatuto, do programa ou da ética partidária, bem como de desrespeito a qualquer deliberação regularmente tomada pelos órgãos superiores do partido", cita trecho do documento.
O texto justifica a necessidade de intervenção no diretório estadual para preservar "a integridade partidária com redução do desgaste da imagem do partido, a necessidade de reorganização das finanças do partido, o asseguramento da disciplina partidária, a preservação das normas estatutárias, a ética partidária ou a linha político-partidária fixada pelo partido".
O racha na legenda de Jair Bolsonaro no Ceará também tem como pano de fundo a discussão sobre o cenário político para as eleições de 2020. Ex-presidente da sigla em Fortaleza, Fernandes defende candidatura própria para a disputa pelo Paço ano que vem.
Embora já tenha dito que respeita a opinião do colega de sigla, Freire já disse que esse debate será feito por toda a legenda. A indefinição, entre outros temas que ampliaram desgaste nas fileiras pesselistas, acabou por levar ao afastamento de Fernandes do comando do partido.
Uma das queixas mais frequentes no pedido de intervenção é a exclusão de Fernandes e de Cavalcante, dois únicos deputados do PSL no Ceará, da comissão provisória da legenda. O gesto, dizem os parlamentares, viola o estatuto do PSL no Estado. (Henrique Araújo)