O PSL e a eleição em Fortaleza
Caso o PSL decida mesmo ter candidato a prefeito de Fortaleza, no lugar de apoiar o Capitão Wagner (Pros), a decisão não será absolutamente tranquila. A coluna comentou ontem a fala do presidente do partido de Jair Bolsonaro em Fortaleza, André Fernandes. O deputado estadual fez elogios ao Capitão como candidato, mas reclamou das "caneladas" que ele tem dado. Referência às críticas pontuais do Capitão do governo Bolsonaro. A fala teve reações dentro e fora do partido.
Na sessão de ontem na Câmara Municipal, o vereador aliado a Wagner, Sargento Reginauro, reclamou da fala de Fernandes. E, curiosamente, teve apoio do vereador Marcelo Lemos, líder do PSL na Casa. "No parlamento a pessoa não é obrigada a dizer sim senhor. Porque isso que foi feito a vida toda no governo passado", disse Lemos sobre o fato de Wagner nem sempre se alinhar com o Governo Federal.
O vereador salientou a admiração pelo pré-candidato do Pros a prefeito. "Capitão Wagner tem as suas convicções do que é certo na Previdência e do que é errado. Como eu jamais, mesmo sendo do PSL, vou dizer que é as mil maravilhas essa Previdência que tá saindo aí".
Mais que sobre Previdência ou postura no Legislativo, o representante do PSL na Câmara Municipal de Fortaleza falou sobre a conduta da oposição local ao grupo Ferreira Gomes. "A desunião do Pros com PSL num leva ninguém a nada não, meu irmão".
Numa resposta à fala de Fernandes de que o Capitão não terá apoio se não apoiar Bolsonaro, Lemos pontuou: "Tem que ter diálogo, não ameaça; tem que ter diálogo, não discussão besta".
Sinal de que haverá movimentos dentro do partido pela aliança com o candidato que, hoje, é o mais competitivo. De gente que não vê nos eventuais desalinhamentos com Bolsonaro motivo para não haver acordo. Não é a posição de Fernandes, nem do presidente estadual do PSL, Heitor Freire.