Deputados estaduais repercutiram, ontem, no plenário da Assembleia Legislativa, a tragédia na escola Raul Brasil, em Suzano, Região Metropolitana de São Paulo. O deputado Apóstolo Luiz Henrique (PP) lamentou os assassinatos ocorridos na manhã da última quarta-feira (13), em que foram vitimados estudantes e funcionários da escola “Tragédias como essas são uma crescente. Nos últimos anos no Brasil, tivemos pelo menos oito ataques semelhantes”, informou.
Apóstolo Luiz Henrique enfatizou a importância de trabalhar e buscar ações em prol da saúde mental dos jovens. “Atualmente muitas crianças são diagnosticadas com depressão e demais transtornos mentais. Se faz necessário uma atenção especializada voltada para esta problemática”, disse.
O deputado salientou ainda que vai solicitar uma audiência pública para debater a saúde mental de jovens e adolescentes. “Não podemos deixar que o Brasil seja uma crescente em problemas mentais de jovens. Muitas vezes, os pais não sabem os sintomas de uma depressão, por exemplo. Precisamos desenvolver ações preventivas desses transtornos”, assinalou.
Na ocasião, os deputados Delegado Cavalcante (PSL) e Elmano Freitas (PT) lamentaram a tragédia de São Paulo e se solidarizaram com as famílias das vítimas.
O deputado Romeu Aldigueri (PDT) foi outro que chamou atenção para a tragédia. Segundo o parlamentar, ultimamente, os jovens precisam lidar com bullying nas escolas, além de passarem muito tempo fazendo uso de aparelhos eletrônicos. “A família está cada vez menos presente na vida dos adolescentes. É necessário o envolvimento dos pais com escola e com o dia a dia das nossas crianças”, assinalou.
Romeu Aldigueri também enfatizou a necessidade de promover debates com o Ministério da Educação e sociedade, para alertar a necessidade de trabalhar políticas de proteção aos jovens nas escolas e o envolvimento dos pais no cotidiano educacional.
Jogos
Já o deputado Delegado Cavalcante (PSL) afirmou que um dos motivos que levaram dois jovens a cometerem a chacina em Suzano (SP) foi a utilização indiscriminada de jogos eletrônicos. Segundo o parlamentar, os adolescentes que praticaram o crime teriam sido incentivados pelo jogo eletrônico chamado “Free Fire”. Ele defendeu a regulamentação desses jogos no Brasil. “Esses jogos que ensinam a assaltar, roubar e até matar estão destruindo a mente dos jovens, e não há nenhum controle dos poderes públicos”, afirmou.
Ainda de acordo com o deputado, os dois adolescentes pretendiam cometer o crime em três escolas, mas a chacina ocorreu apenas em uma escola, por causa da falta de segurança, já que as outras tinham segurança reforçada. “A gente tem que tomar providência em relação a esses jogos eletrônicos que incentivam a violência e que estão prejudicando os nossos jovens. Muitos estão até abandonando a escola”, declarou.
O deputado informou que vai fazer, junto com a sua assessoria, um estudo para saber como a Assembleia Legislativa pode atuar para combater esses jogos e também, ao lado da bancada federal, encontrar meios para regulamentar a prática desses jogos no Brasil. “Esse é um assunto que merece uma decisão maior por esta Casa e pelo Congresso Nacional. Do jeito que a coisa está é que não pode ficar”, ressaltou.