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Descaminhos do Pros no Ceará - QR Code Friendly
Quarta, 13 Fevereiro 2019 03:36

Descaminhos do Pros no Ceará

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Nenhum partido no Ceará nesta década tem história tão confusa, digamos assim, quanto o Pros. Envolvido em muito suspeita transação financeira, o partido estava na aliança de Fernando Haddad (PT) no âmbito no âmbito federal e, no Ceará, acabou por aderir à campanha de Jair Bolsonaro (PSL). Chega a tal ponto a versatilidade da sigla - estar no palanque petista e de Bolsonaro na mesma eleição, a depender da delimitação geográfica.   Conforme revelou no O POVO de ontem o jornalista Carlos Mazza, O partido despejou dinheiro considerável - R$ 274 mil - numa candidatura cuja campanha foi quase nada vista e menos ainda teve resultado. O dinheiro foi gasto, mas os votos não passaram de 47. Menos eleitores que a quantidade de pessoas contratadas - 141. Tudo muito estranho. A candidata em questão, Débora Ribeiro, concorreu a deputada estadual recebeu mais repasse do que Capitão Wagner, candidato a deputado federal mais votado no Ceará. Recebeu mais, também, que o deputado estadual que o partido elegeu, Soldado Noelio. Mais até mesmo que o senador Eduardo Girão, em campanha majoritária.   A candidata tem proximidade com o então presidente do partido e deputado federal Vaidon Oliveira. Em sua frustrada campanha, empregou assessores e até a irmã dele. Além disso, usou como email o endereço deboravaidon90@@hotmail.com   O que aparentemente ocorreu no Ceará tem semelhança com esquema que é investigado Brasil afora. A Folha de S.Paulo mostrou, no fim de semana, que o PSL usou candidatas laranjas para receber dinheiro do Fundo Partidário, portanto público, que só poderia ser usado com mulheres. Pegou o dinheiro e, na melhor das hipóteses, aplicou na campanha dos homens.   A lei obriga o partido a ter 30% de candidatas mulheres. Da mesma forma, 30% do Fundo Partidário precisa ser destinado a ela. Daí o uso de laranjas. Não são poucos os indícios de que, no Ceará, Débora Ribeiro foi laranja para receber a mesma verba. Pegou muito dinheiro e teve quase nada de votos. Seja lá como foi gasto esse dinheiro, não parece ter sido na divulgação da candidata que gastou R$ 274 mil e teve 47 eleitores.   Este curioso partido   O Pros não era notado por aqui até se tornar, da noite para o dia, o maior partido do Estado. Foi em 2013, quando o clã Ferreira Gomes desembarcou levando governador, prefeitos, deputados, malas e cuias. Dois anos depois, a família se mudou para o PDT e o Pros voltou à condição de nanico.   No começo de 2016, assumiu o comando da legenda o ex-petista Odorico Monteiro. Ficou pouco mais de um ano e foi para o PSB. Então, o Pros passou para o controle de Marcelo Mendes e, depois, de Vaidon. Em abril do ano passado, assumiu a presidência estadual Capitão Wagner. Em cinco anos, o partido saiu das mãos dos Ferreira Gomes para as de seu maior adversário.   O Capitão e o trato com  um possível escândalo   Dirigente estadual e muito rigoroso ao cobrar a postura dos governantes no trato com patrimônio público, Capitão Wagner até agora responsabiliza a gestão federal. Estranhamente, é como se Brasília definisse, sem nem ouvir o Ceará, o repasse de dinheiro a uma candidata inexpressiva, superior até ao enviado para um concorrente vitorioso a senador. Como o Pros nacional tomou conhecimento de dona Débora? Se nem o eleitor ficou sabendo dela, após a campanha?   A direção estadual do Pros tem um aparente escândalo debaixo do seu nariz. Mas age como se não fosse assunto dela.   Caronas   Vaidon virou deputado federal duas vezes, de carona em supervotações alheias. Em 2017, era suplente e assumiu quando Moroni Torgan (DEM) renunciou para assumir como vice-prefeito de Fortaleza. Em 2018, foi o deputado federal menos votado a ser eleito. Foi levado justamente pela votação estrondosa do Capitão Wagner. Teve 30 mil votos. Só cinco deputados estaduais foram eleitos com menos votos do que ele para federal. E teve candidato à Câmara dos Deputados que não foi eleito mesmo com mais de 100 mil votos, caso de Ronaldo Martins (PRB).  
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