A vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, recebeu homenagem da Assembleia Legislativa através do Prêmio Frei Tito. A vereadora e defensora dos direitos humanos foi assassinada na noite do dia 14 de março de 2018, em um crime que continua sem resolução.
A comenda foi entregue à viúva de Marielle, Monica Benício. Vestindo a blusa com os dizeres "Lute como Marielle Franco", a companheira da vereadora, logo que subiu para compor a mesa, gritou ao público, que lotava o auditório Murilo Aguiar: "Marielle", ao que foi prontamente respondida: "Presente!".
Monica Benício declarou estar emocionada com o recebimento do prêmio. "É sobretudo uma resistência e uma linda homenagem que a gente faz pela continuidade e preservação da memória dela", afirmou. Junto com a placa do prêmio, Benício recebeu girassóis de diversas mulheres presentes na plateia.
Ela ressaltou, durante discurso, que é necessário não esquecer o que ocorreu com a vereadora. "São 279 dias sem que o Estado Brasileiro responda quem mandou matar Marielle Franco. Marielle era uma mulher negra, favelada, lésbica, o corpo que o Estado Brasileiro acha mais descartável nessa sociedade", enfatizou em discurso na tribuna.
Eleita deputada estadual no Rio de Janeiro e uma das antigas assessoras parlamentares de Marielle Franco, Monica Francisco (Psol) aponta que a homenagem representa a resistência nesses tempos difíceis, de instabilidade democrática, mas que ainda há muita luta, muita resistência, muita potência. Nós somos a materialização disso, mulheres negras de pé, lutando sempre".
A deputada Raquel Marques (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania (CDHC) e que presidiu também a solenidade, afirmou que sempre os homenageados escolhidos têm a história "muito relacionada com a luta pelos direitos humanos". "Por isso essa importante homenagem a Marielle, para que a gente possa demonstrar a nossa indignação diante do brutal assassinato e que Marielle estará sempre presente nessas lutas no nosso Ceará e no nosso Brasil", explicou.
Vice-presidente da CDHC, Renato Roseno (Psol) afirmou que a entrega do prêmio a Marielle é "juntar passado e futuro". "A gente faz memória e existe uma expressão fundamental: "para que nunca se esqueça, para que nunca mais aconteça". Aquilo que aconteceu com Frei Tito e Marielle não deve acontecer", defendeu.