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Heitor Freire vê amplo crescimento do PSL - QR Code Friendly
Segunda, 17 Dezembro 2018 05:23

Heitor Freire vê amplo crescimento do PSL

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O deputado federal eleito Heitor Freire, considerado braço direito de Jair Bolsonaro no Ceará, é uma das apostas para ser um dos nomes de maior peso no Congresso Nacional promovendo a ligação entre o Estado e o Governo Federal. Em conversa com O Estado, ele, que preside o diretório cearense da legenda, comenta o amplo crescimento que espera para o partido no Brasil e no Ceará, já adiantando as estratégias que estão sendo trabalhadas para acelerar esse processo. O futuro parlamentar fala, ainda, de planos para 2020, movimentações no Congresso para o ano que vem e a relação com o Governo do Estado.   O Estado | Você recentemente anunciou que vai fazer uma edição da Cúpula Conservadora no Ceará. O que isso representa? Heitor Freire | A Cúpula Conservadora foi um evento pioneiro no Brasil, a primeira edição aconteceu recentemente, em Foz do Iguaçu. É idealizado por Eduardo Bolsonaro, com uma ideia inspirada em algo que já existia no Brasil, que a esquerda tinha criado, o Foro de São Paulo. Ele tinha sido criado por José Dirceu e juntou toda a esquerda do Brasil e da América Latina.   Eles prepararam toda uma agenda para implantação do socialismo, do comunismo, e também efetivar líderes de esquerda na América Latina, e até certo ponto foram bem sucedidos. E o contraponto disso foi criação do Foro conservador, que foi essa Cúpula Conservadora das Américas. Eu apresentei a situação do Nordeste brasileiro, em que Bolsonaro perdeu em todos os estados, e apresentei minha situação no Ceará, onde temos uma Assembleia Legislativa de 46 deputados, com 40 sendo ligados ao governador. Recebi um ok para que próxima Cúpula fosse aqui no Ceará e já comecei a procurar contatos, como o senador Ted Cruz, republicano conservador dos Estados Unidos.   OE | Você tem feito aritculações em Brasília com o novo governo, representando o Ceará. Qual tem sido o resultado dessas movimentações para o Estado? HF | Já foi apresentado até ao futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a possibilidade da Secretaria do Nordeste. Em breve estaremos finalizando todas as tratativas de como ela seria levada adiante, estão finalizando o projeto para apresentar ao presidente, para ele tomar essa decisão. A intenção é fortalecer presença das políticas do Governo aqui no Nordeste e no Ceará, especificamente. Pretendo ajudar a alinhar com o Governo do Estado, e também com o Congresso, três linhas que vejo que são urgentes para o Ceará. Primeiro, o fortalecimento da nossa economia.   Temos a construção civil parada, empresas falindo, quebrando, micro e pequenos empresários com falta de acesso a crédito, burocracia exacerbada, impostos altos. Tem também que resolver o problema da seca, outra linha que temos que atacar para vencer. Isso, com tecnologia, temos como fazer. Aparelho de dessalinização, por exemplo, não é algo de outro mundo, é algo que existe. Vem junto também a questão da segurança, que merece atenção especial no Ceará, Fortaleza sendo uma das cidades com maiores índice de violência.   OE | O PSL cresceu bastante nessa eleição. Como está sendo o crescimento no Ceará? HF | Nossa intenção é que o PSL esteja presente em todos os 184 municípios do Estado, queremos ter nossos diretórios, comissões provisórias, queremos ter candidatos em todos os municípios, sem exceção. Lembrando que próximas eleições não teremos coligações para eleições proporcionais, para vereadores, então queremos lançar vereadores e candidatos a prefeito e vice-prefeito. Isso tem sido filtrado através dos movimentos de direita, temos a criação do Instituto Direita Ceará, que está presente em 162 cidades. Muitos de direita já conhecemos, estamos incentivando eles que participam de forma ativa da política e sejam candidatos, e assim teremos dois anos para trabalhar nomes e fortalecer possíveis candidatos para as próximas eleições.   OE | Para Fortaleza, em 2020, sua intenção é apoiar uma candidatura do Capitão Wagner e indicar o vice, é isso? HF | É isso que tem sido nossa conversa, Capitão Wagner é um amigo, pessoa com quem tenho um excelente relacionamento, seremos colegas no Congresso, temos alinhamento muito bom no Ceará. Eu vi que ele já expressou que quer, sim, ser candidato a prefeito de Fortaleza, e existe uma oligarquia, um projeto de poder da esquerda, que se perpetua no Ceará. Infelizmente, para quebrar isso, a direita tem que se unir, temos que fortalecer a oposição. Tenho esse acordo já com o Capitão Wagner, de eu indicar o vice. Pretendo continuar como deputado federal. Mas o que sempre deixo é que sou soldado de Jair Bolsonaro, se receber ordem de ser candidato, serei candidato. Porém, irei apresentar essa chapa e, tudo continuando como está, acredito que vai ser isso, mesmo.   OE | Você já declarou que considera o Capitão uma pessoa de centro ou até centro-esquerda. Não incomodaria apoiar alguém que não é de direita? HF | O que eu disse foi que algumas pautas do Capitão Wagner não são pautas diretamente de direita. Fui questionado não só pela mídia, até por colegas de direita, sobre algumas das votações do Capitão: aquela da ideologia de gênero, que ele se absteve do plenário, ele deu a desculpa dele, alguns se convenceram, outros não. Também perguntaram muito sobre uma criação de uma delegacia gay, eu nem sabia. Então informei que algumas das pautas do Capitão são de centro-esquerda. Mas acredito que as pessoas mudam, existem muitos de direita que são e não sabiam. Capitão Wagner, nos últimos tempos, tem declarado esse apoio a Bolsonaro, a pautas de direita, e estamos juntos pelo bem do Brasil.   OE | Há intenção, da sua parte, de tentar uma aproximação com o governador Camilo Santana para articular recursos para o Ceará em Brasília, como tem sido feito com Eunício? HF | Iremos nos aproximar do Governo do Estado, isso é normal na política. Nossa aproximação deixo claro que não é ideológica, sou de direita e conservador e o Governo é de esquerda, do PT. Permaneceremos defendendo nossas pautas conservadoras, porém onde for para o bem do povo cearense iremos estar juntos. O Governo do Estado me convidando para diálogo, irei com toda a boa vontade, em nome do Governo Federal e como deputado.   OE | Tem tido repercussão o relatório da Coaf, em que a família do presidente eleito é citada. O que você, como próximo da família e braço direito do Bolsonaro no Ceará, tem a dizer sobre o tema? HF | Que a justiça seja feita. O Coaf tem que investigar, mesmo depois que for para as mãos do Sérgio Moro. Que Sérgio Moro continue buscando políticos, funcionários fantasmas, desvios de dinheiro, tudo isso. Conheço Flávio Bolsonaro, afirmo que é um cara íntegro, decente, muito inteligente, compromissado com o Brasil. Deixo claro que nem Flávio nem, muito menos, Jair Bolsonaro são investigados: a investigação é com um ex-assessor, e quem tem que dar satisfação é ele. Lembrando que essa investigação foi para toda Assembleia Legislativa do Rio e ali encontramos no relatório do Coaf depósitos de pessoas de mais de R$ 25 milhões, mas só está na mídia o ex-assessor do Flávio, de um milhão. Então a mídia tem, sim, essa perseguição em cima do Bolsonaro, mas é a bola da vez, é o presidente da República. Estão, sim, perseguindo, porém tem, sim, que justificar. A lei vale para todos. Acredito no Flávio, achei suas explicações muito coerentes, ele não tem fugido de nada, nenhuma pergunta, mesmo ele não sendo investigado.   OE | Há perspectiva de que a bancada do PSL na Câmara aumente ainda mais. Para quanto você acha que aumenta? HF | Acredito que vai para, no mínimo, 60. Já temos uma certeza, a Bia Kicis, do Distrito Federal, e tem outros conversando. Querem vir para o PSL, inclusive alguns senadores, muitos prefeitos, vereadores querem migrar. Mas, especificamente na Câmara dos Deputados, deve chegar no mínimo a 60, sendo maior bancada do Congresso.   OE | Muitos desses deputados eleitos pelo partido são novos na política. Como vai ser para conseguir fazer articulações no Congresso sem essa experiência? HF | Eu vejo essa imaturidade com bons olhos, porque a política está tão suja, tão mal falada, o povo está tão decepcionado com os políticos atuais, que ter experiência na política atual é ruim. Daí as respostas nas urnas para 2018. Ninguém está atrás de dominar tudo, como geralmente perguntam. Já temos o presidente da República, teremos a maior bancada do Congresso, teremos nosso espaço dentro das principais comissões na Mesa, agora não necessariamente temos que ter presidente da Casa, pode ser de partido aliado. E também: líder do partido obviamente é do PSL, mas líder do Governo pode vir de outro partido. É bom para aumentar a capilaridade em nosso discurso, nós não temos que ter tudo. Acredito que o PSL vai ser muito bem sucedido nesse novo jogo político.
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