A redução no número de secretarias de 27 para 21, ainda que menor do que a prevista em estudo contratado pelo Governo do Estado, pode dificultar a acomodação de aliados de Camilo Santana (PT) no segundo mandato.
Eleito com arco amplo de legendas aliadas, o petista contou com 24 partidos a seu lado na disputa da qual saiu vitorioso neste ano. O governador obteve quase 80% dos votos contra pouco mais de 10% de seu adversário mais competitivo, o então tucano General Theophilo.
Se no primeiro governo Camilo pode contar com 27 pastas, para citar apenas os cargos de primeiro escalão, a necessidade de enxugar a máquina pode surtir efeitos na base.
Chefe da Casa Civil, Nelson Martins (PT) descarta essa hipótese. "O que norteia o preenchimento das vagas é mais o aspecto técnico", afirma. "O critério adotado no primeiro governo também foi técnico."
Para o correligionário de Camilo, o próprio resultado das urnas mostra claramente isso. "A reeleição do governador indica que houve eficiência (na gestão)" e a população reconheceu isso na eleição, afirma.
Líder do Governo na Assembleia Legislativa (AL-CE) e um dos pré-candidatos à Presidência da Casa, o deputado estadual Evandro Leitão (PDT) reitera o discurso de Martins. "O governador vai priorizar a meritocracia entre os partidos aliados", diz o parlamentar.
De acordo com pedetista, a reforma se justifica porque o "País passa por momento em que os estados têm que fazer ajustes contínuos, sempre tentando melhorar".
Leitão enfatiza o tamanho do corte levado a cabo por Camilo como exemplo de compromisso com a racionalidade e a responsabilidade diante do gasto público. "O estado do Ceará, através de um estudo e de avaliações, está diminuindo em torno de 25% das secretarias. Não é apenas simbólico. Vai dar mais celeridade ao governo", projeta. (Henrique Araújo)