O senador eleito Eduardo Girão (Pros) se comprometeu a levar as questões discutidas em audiência pública, realizada ontem (10), sobre a transposição do Rio São Francisco, para a capital federal, em sua atuação no Congresso. As discussões aconteceram na Assembleia Legislativa, com integrantes da comissão especial, para acompanhar e monitorar o andamento das obras de transposição do Rio São Francisco e o uso de suas águas no Ceará, da Casa.
Na ocasião, o futuro parlamentar também manifestou confiança no presidente eleito, Jair Bolsonaro, em tocar o projeto de modo que beneficiará o Estado do Ceará. Perguntado sobre as fusões de ministérios e como isso poderia impactar no andamento do projeto, ele destaca declaração do capitão reformado sobre as obras. “Fiquei feliz com o depoimento dele mostrando que a questão da transposição é prioridade. Tem 11 mil obras paradas no Brasil, inacabadas, e não tem dinheiro para isso tudo, então, ele colocando como prioridade, vamos cobrar em Brasília para que, o quanto antes possível, seja atendida essa demanda local”, declarou ele.
Girão comprometeu-se, ainda, a se mostrar aberto às discussões junto à sociedade, destacando os profissionais da área presentes nas discussões, na ocasião. “A gente espera que, com esse grupo de pessoas reunidas, conhecedoras, que você vê o preparo e o cuidado de todas elas com relação ao assunto, que a gente possa se aprofundar. O gabinete não vai estar aberto, vai estar escancarado, para lutar pelos interesses do Ceará e do nosso povo”, pontua.
Ele reiterou, ainda, seu apoio com ressalvas a Bolsonaro. “Apoiei o presidente eleito desde o primeiro turno, mas com o contraponto que vou fazer, com alguns pontos com os quais não concordo”, disse ele. Em ocasiões anteriores, o senador eleito comentou que é contra a liberação dos armamentos para a população nas ruas, o chamado porte de armas.
Carlos Matos
Segundo o deputado estadual Carlos Matos (PSDB), que também preside a Comissão Especial do São Francisco na Assembleia, o ponto mais importante a ser discutido no Ceará, no que diz respeito à questão hídrica, é a questão da transposição. “A questão do São Francisco é o que mais está preocupando, eu diria que hoje o ponto mais importante da reunião é ver como será feita a gestão do São Francisco”, pontuou ele em conversa com a imprensa.
Ele destacou também a importância da universalização dos hidrômetros. “Já penosu se não soubessem medir a energia da casa, não saberíamos verificar quando o consumo foi racional ou irracional. Temos muito consumo considerado irracional no Ceará e o consumidor nem tem consciência disso, porque ele não mediu”, explica.
Ele destacou positivamente, por outro lado, a redução de 20% no consumo de água em Fortaleza, dado levado pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). “Mas ainda há perda a ser trabalhada”, salientou.
Perímetros irrigados
Segundo o parlamentar, a situação dos perímetros irrigados no Estado está “praticamente em colapso”, ressaltando que milhares de empregos têm sido parados, o que acaba desorganizando a produção.
Segundo ele, há questões de curto, médio e longo prazo para serem tratadas sobre a situação. “De curto prazo, os produtores precisariam receber compensação, porque estão sem conseguir produzir. Depois, que tem que ter política de recursos hídricos que dê níveis de garantia diferente para saber o que devem plantar e que cultura devem plantar. A longo prazo, criar inteligência das águas, dessalinização da água do mar, em Fortaleza, pode viabilizar o Castanhão”, pontuou o deputado.