Partido do presidente eleito Jair Bolsonaro, o PSL começa a se tornar atraente para prefeitos do Ceará. Desde o último dia 28, quando o militar da reserva derrotou Fernando Haddad (PT), a legenda vem sendo cortejada por chefes de Executivo.
No Estado, Bolsonaro não venceu em nenhum município no segundo turno. O resultado adverso, porém, não tem impedido que gestores procurem dirigentes da sigla para tentar abrir canal de diálogo com o futuro presidente.
Secretário-geral do PSL no Ceará, Aldairton Carvalho afirma que a agremiação analisa instalação de diretórios em todos os 184 municípios. Hoje, a sigla mantém apenas comissões provisórias, inclusive em Fortaleza. "Prefeitos entraram em contato conosco interessados em que o PSL esteja na sua cidade".
O pesselista assegura que o partido deve ter candidatos a prefeituras ou apoiar nomes para 2020 em todos os municípios cearenses e que, por isso, "a formação de bases eleitorais é muito importante".
Segundo Carvalho, o grande interesse dos administradores no Interior é estabelecer uma interlocução com o novo chefe do Planalto. "Há uma expectativa grande em relação ao governo", avalia. "Principalmente para ter acesso ao Bolsonaro".
Como exemplo, ele informa que o PSL tem realizado conversas com gestores das prefeituras de Crateús, Barbalha, Maracanaú e Brejo Santo. O prefeito de Barbalha, Argemiro Sampaio, do PSDB, teria convidado a legenda a fixar direção permanente na cidade. "Ainda estamos estudando a ideia", disse Aldairton Carvalho. Crateús, por sua vez, é chefiada por Marcelo Machado, do SD, enquanto Maracanaú e Brejo Santo estão nas mãos de Firmo Camurça, do PR, e de Teresa Landim, do PDT, respectivamente.
Dos 15 tucanos que comandam prefeituras no Ceará, apenas três votaram no candidato do partido para o Governo do Estado, General Theophilo.
Na última semana, em conversa com O POVO, o secretário-geral do PSL no Ceará já havia garantido que o partido se prepara para apoiar o deputado federal eleito Capitão Wagner (Pros) para concorrer à Prefeitura de Fortaleza em 2020.
Wagner, que já disputou o Paço e foi derrotado pelo prefeito Roberto Cláudio (PDT), reconduzido em 2016, é o deputado campeão de votos na briga por uma cadeira na Câmara Federal neste ano.
De acordo com o dirigente do PSL, além da presença no território cearense, o partido também quer ampliar a base de aliados na bancada cearense no Congresso.
Conforme Aldairton Carvalho, pelo menos dois parlamentares já acenaram para um apoio aberto a Bolsonaro. "Nossa intenção é chegar a dez dos 22 deputados cearenses", afirma.
Atualmente, somente dois federais integram o bloco aliado do militar: além de Capitão Wagner, o deputado eleito Heitor Freire, presidente do PSL no Ceará.