Deputados estaduais usaram a tribuna, no plenário da Assembleia Legislativa, ontem, para manifestar apoio aos candidatos que disputam o segundo turno da eleição presidencial.
O deputado Ely Aguiar (PSDC) expôs apoio ao candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL). Ele informou que o presidente nacional do partido Democracia Cristã (DC), antigo PSDC, José Maria Eymael, declarou, em nota, apoio ao presidenciável Fernando Haddad (PT), e liberou os filiados para votar em qualquer um dos dois candidatos no segundo turno.
Ely Aguiar, entretanto, afirmou que o PSDC cearense, diretório do qual é presidente, mantém seu apoio a Bolsonaro. “Daremos apoio total à Justiça Eleitoral e ao Ministério Público, no sentido de tornar soberana a vontade dos eleitores, sempre numa torcida para que o candidato eleito faça o melhor pelo nosso País”, disse.
O parlamentar enfatizou que defende a democracia, a justiça, a família e um país livre de corrupção. Para ele, o PT não se apresenta como solução, e a candidatura de Bolsonaro surge como uma alternativa. “Entretanto, independente de quem vencer, vamos torcer para que faça um bom governo. Torcer contra, seria torcer contra o Brasil”.
Já o deputado Elmano Freitas (PT) informou que participou de um evento “importante e decisivo” para a disputa eleitoral com as presenças do governador do Ceará, Camilo Santana (PT), e de vários deputados, de partidos como o PDT, PCdoB, Patriotas e PT, para debater a campanha de Fernando Haddad.
De acordo com Elmano, a ideia é se unir contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL). “Quando atacamos o candidato Bolsonaro de ser ditador, fascista, é porque não acreditamos que o Brasil tenha 46% de fascistas, mas é porque ainda tem pessoas que, mesmo concordando que o Brasil é uma democracia, estão correndo o risco de votar em alguém que seja autoritário”.
Segundo o parlamentar, Bolsonaro afirma que é o candidato que vai fazer uma faxina nos “marginais vermelhos”. Entretanto, acrescentou Elmano, ele esquece que o Brasil é muito maior do que os “vermelhos” ou do que aqueles que apoiam Bolsonaro. “Nenhum partido e nenhuma liderança tem o direito de achar que só porque tem a caneta de presidente da República vai poder decidir sobre a vida de quem pensa diferente”, ressaltou.
Elmano Freitas disse ainda que, no Ceará, a maioria do eleitorado votou em Ciro Gomes (PDT), que, para o deputado, apresentou em sua campanha um programa de governo muito mais próximo ao de Haddad. “Nós do PT sabemos que cometemos erros e que temos que corrigir, mas o que está em jogo hoje é que País queremos para os nossos filhos e netos”, declarou.
O petista destacou também que Jair Bolsonaro declarou que vai discriminar o governador que não estiver ao lado dele. “O governador do Ceará, que é do PT, foi eleito com 80% dos votos dos cearenses, e só porque é do PT não vai receber recursos? O recurso do Governo Federal deve ser destinado ao Ceará da mesma forma que é destinado para o Rio de Janeiro ou Rio Grande do Sul”, pontuou.
O deputado Moisés Braz (PT) perguntou “como é possível votar em um candidato que não vai fazer investimentos no Nordeste, que discrimina o pobre e o negro e o governador que não for do partido dele”. Além disso, segundo o deputado, o candidato Jair Bolsonaro também é contra a atuação sindical e disse que vai acabar com a representatividade dos trabalhadores.
Fake
A deputada Rachel Marques (PT) salientou a necessidade de combater as notícias falsas que são compartilhadas nas redes sociais contra o candidato à Presidência Fernando Haddad (PT). Segundo a parlamentar, muitas notícias, como a distribuição de kit gay nas escolas, foram espalhadas e prejudicaram a candidatura do presidenciável. “Precisamos ter cuidado. As fake news já estavam sendo disseminadas e, agora, durante o segundo turno, serão ainda mais fortes”, alertou.
Já o deputado Renato Roseno (Psol) criticou Jair Bolsonaro e enfatizou que associações, como a Convenção Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, Federação Nacional dos Jornalistas, entre outros, se posicionaram contra o discurso de Bolsonaro. “Todos disseram repudiar toda manifestação de ódio, violência, intolerância, preconceito, bem como a toda incitação política e propostas que possam ser tolerantes com a intolerância”, assinalou.
O deputado classificou como “ameaça à democracia” os discursos proferidos pelo candidato Jair Bolsonaro. Ele disse ainda que não concorda com as ideias do PT, porém apóia o candidato Fernando Haddad no segundo turno. “Apoio o Haddad porque sou oposição e quero continuar sendo oposição dentro de um Parlamento. Isso só é possível através da democracia e o candidato Bolsonaro manifesta expressivamente a intolerância e ideias antidemocráticas”, alertou.
O deputado Joaquim Noronha (PRP) salientou que mesmo o cidadão que não concorde com as ideias petistas, deve avaliar e se posicionar contra qualquer discurso de ódio. “A democracia não existiria se o outro lado não pudesse se posicionar. Os partidos adversários devem ser ouvidos e merecem todo respeito. A população não pode votar como forma de protesto, mas como decisão séria analisando os discursos dos candidatos”, afirmou.