Com camisas da seleção brasileira e a bandeira nacional, manifestantes realizaram ato ontem à tarde na Praça Portugal a favor da candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República. Mais cedo, pela manhã, outro grupo já havia realizado uma carreata a favor do adversário de Fernando Haddad (PT) na eleição do próximo domingo, 28.
Na carreata, participaram o presidente do PSL no Ceará e deputado federal eleito, Heitor Freire, o deputado federal eleito Capitão Wagner (Pros) e os deputados estaduais eleitos André Fernandes (PSL) e Delegado Cavalcante (PSL).
Sobre o assunto
Carreata
De verde e amarelo, os eleitores faziam aceno aos veículos que passavam ao redor da Praça sob os gritos de "mito" e "Bolsonaro presidente".
No discurso, nos gritos de guerra e nos jingles adotados para o ato, críticas à Central Única dos Trabalhadores, ao movimento feminista e à deputada federal Maria do Rosário, do PT, que é símbolo de contraponto ao candidato presidencial. Houve também pedidos pelo fim da corrupção.
Durante a tarde, grupos paralelos de apoiadores de Bolsonaro, na Praça Portugal, na Aldeota, voltaram a utilizar uma música em ritmo de funk que critica o movimento de mulheres que lutam a favor da igualdade entre os gêneros. Um dos trechos dizia que "as esquerdistas (feministas) têm mais pelo que cadela".
Um trio elétrico, o oficial do evento, entoava músicas do movimento Vem Pra Rua e enaltecia o juiz Sergio Moro. "Eu vou à luta com essa juventude que não corre da raia a troco de nada", dizia trecho da música "Acredito na Rapaziada", do Gonzaguinha, tocada pelos organizadores.
Por volta das 15h45min, um boneco inflável do juiz Sergio Moro, responsável pela condenação em primeira instância do ex-presidente Lula, foi erguido no centro da praça. Nos "pés" do boneco, estava o Congresso Nacional.
O ato, que teve início por volta das 14h30min, se estendeu até o fim da tarde. "Meu partido é o Brasil", "Fora PT", "Bolsonaro 17" estampavam camisetas que eram vendidas no local. A reportagem não identificou a presença de lideranças políticas no local.
Ao redor da praça diversos carros estacionaram enfileirados. No local havia uma placa informando proibição. "Será que pode estacionar?", se questionou um dos manifestantes ao descer do veículo. "Mas todo mundo tá estacionando aqui", respondeu a outra passageira.
A reportagem não identificou a presença de agentes de trânsito na área, como é comum em dias de manifestações pela cidade ou grandes eventos que exigem esse tipo de aparato. A manifestação a favor da eleição de Jair Bolsonaro (PSL) ocorreu pacífica durante todo o ato, mesmo quando veículos adesivados com o vermelho de Fernando Haddad (PT) passavam pelo local.
WAGNER MENDES