AILTON: apoio a Haddad tem objetivo de proteger a democracia
Gustavo Simão Especial para O POVO
As siglas começam a se movimentar no Ceará para o segundo turno presidencial. Enquanto já há manifestações a favor de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), outras ainda estudam a possibilidade de tomar lado ou de partir para a neutralidade.
Capitão Wagner, presidente do Pros no Ceará, assim como na campanha do primeiro turno, deverá manter as forças de apoio ao capitão da reserva que tenta ocupar a cadeira mais importante do Palácio do Planalto. Em entrevista ao Live Política, na manhã de ontem, o parlamentar garantiu que trabalhará a favor do deputado federal.
Por outro lado, o Psol já anunciou que vai utilizar a militância para trabalhar por Haddad, mesmo com as divergências políticas. O presidente do partido, Ailton Lopes, afirmou que "se está ruim com Temer, com Bolsonaro será ainda pior". O apoio, segundo o bancário, é para evitar os mesmos erros que o PT tem cometido nos últimos anos. A articulação da militância local é com objetivo de proteger a democracia.
Jerônimo Ivo, que preside o Novo no Ceará, afirmou que a legenda, enquanto instituição, não vai apoiar candidatos à Presidência da República. No entanto, vai orientar que os filiados não votem em Fernando Haddad, do PT, pelas divergências fundamentais que o Novo tem com o Partido dos Trabalhadores.
Apesar da recomendação, o partido vai liberar os filiados para votar de acordo com suas consciências, mesmo com posicionamentos contrários aos da esquerda.
"A instituição deixa os seus filiados, apoiadores e líderes para decidir em quem ele quer votar. Eu apoio a forma como o partido se manifestou. Temos que deixar claro que dentro do Novo existe um valor que é a liberdade com responsabilidade", afirmou o dirigente.
O presidente do Solidariedade no Ceará, Genecias Noronha, disse que fará reunião hoje com a cúpula do partido para decidir os rumos nas próximas três semanas. A tendência, de acordo com o deputado federal, é que o partido libere os filiados. "A minha opinião é para deixar todo mundo livre. A tendência é liberar. Falei com o presidente do partido e acho que vai ser essa a tendência", adiantou.
Nacionalmente, Psol, PSB e PPL já anunciaram apoio a Fernando Haddad para o segundo turno. PPL havia lançado a candidatura presidencial de João Goulart Filho, e o PSB havia ficado neutro no primeiro turno. Por outro lado, PTB, de Roberto Jefferson, que estava com Geraldo Alckmin no primeiro turno, vai pedir votos para Bolsonaro.
A maioria dos anúncios, no entanto, é de neutralidade para a eleição do fim deste mês. PSDB, Novo, PP e DC não anunciarão apoio a nenhuma das candidaturas presidenciais. No Distrito Federal e São Paulo, o PSDB, que disputa segundo turno para governador, liberou os filiados para a união de forças para o dia 28.
2° turno
O Centrão, que apoiava Geraldo Alckmin na corrida presidencial, pedia votos para Ciro Gomes no Ceará, como era o caso de PP, DEM e PRB. As legendas ainda vão se pronunciar.
WAGNER MENDES