Comunicado: o destino que à política pertence
A política do Ceará tem se questionado desde o último domingo, quando as urnas deram o veredito sobre as vagas para senadores: qual o futuro político de Eunício Oliveira (MDB)? Nome referencial da "República de Temer", Eunício se destacou como presidente do Senado e, consequentemente, do Congresso. Mas ficou em terceiro lugar na disputa. Ou seja, ficou fora das preferências dos eleitores. Promoveu diálogos entre o parlamento e a gestão federal, encaminhou temas de interesse do Planalto e articulou politicamente a aprovação de matérias orientadas pelo Governo. Num curioso contrafluxo, operou como parceiro de demandas cearenses com a União. Ajudou desembaraçar financiamentos, projetos e ações tanto para o Estado quanto para prefeituras, como as de Fortaleza e de Caucaia. No campo da especulação - e o próprio senador deixou espaço para isso, já que inicialmente declinou de se pronunciar sobre as eleições -, há quem avalie que agora vai buscar atenuar perdas ocupando espaços em órgãos públicos por meio de indicação de aliados. Se seguir por esse caminho, sabe-se que conseguiu formar uma bancada numericamente expressiva na Assembleia Legislativa, na qual quatro nomes têm fortes relações com ele: Agenor Neto, Danniel Oliveira, Leonardo Araújo e Walter Cavalcante.
De outros carnavais
Eleito senador, o empresário Luís Eduardo Girão (Pros, foto) já tem, diferentemente do que muitos possam supor, uma longa vivência política - sempre fora da formalidade partidária, mas sempre relacionada a atitudes de apoio ou contestação a questões relevantes. Militante e organizador de movimentos contra o aborto, contra a legalização do jogo e contra a descriminalização de drogas, construiu uma plataforma de ação por meio de produções de cinema e teatro que se mostrou eficiente como sustentação de argumentos. Vale observar: ele vem de linhagem familiar que inclui um deputado estadual e federal que foi presidente da Assembleia Legislativa do Ceará e que, por conta das conjunturas da década de 1920, acabou assumindo o Governo do Ceará: o professor Eduardo Girão, que dá nome a uma movimentada avenida de Fortaleza.