Candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes prossegue oscilando nas pesquisas de intenção de votos nos dias que precedem a votação para o primeiro turno. Mesmo com números divergentes, a movimentação do presidenciável nos diferentes estudos mostra que o pedetista não está conseguindo convencer o eleitorado.
Seria, então, momento de mudar de estratégia? Pela conduta do candidato, tudo indica que não. As últimas declarações de Ciro Gomes, assim como de aliados, apontam para uma manutenção do discurso que vem guiando a campanha: apresentar-se como alternativa à polarização.
Desde a definição de Fernando Haddad como candidato à Presidência pelo PT, Ciro Gomes que anteriormente já havia feito elogios tanto ao petista como a seu antecessor na cabeça de chapa, o ex-presidente Lula , passou a criticar duramente o concorrente, defendendo que ele e Jair Bolsonaro (PSL) representam extremos na política.
Ontem, durante evento em Belo Horizonte, o pedetista voltou a dizer que se considera a alternativa para evitar a polarização. "Eu estou trabalhando para mostrar que não precisa votar no coisa ruim ou no coisa pior só porque não tem alternativa. (...) Você não precisa votar no PT porque não gosta do Bolsonaro, nem votar no Bolsonaro porque não gosta do PT", afirmou.
No debate do último domingo, 30, na TV Record, Ciro Gomes também se apresentou como representante do eleitorado que não quer nem o "radicalismo" de direita nem o de esquerda, em referência a Bolsonaro e a Haddad.
No Ceará, o candidato ao Senado e irmão do presidenciável, Ciro Gomes, sustentou o nome de Ciro como única alternativa ao País, embora tenha sido mais comedido nas críticas ao Partido dos Trabalhadores, apresentando a sigla como dúvida, enquanto colocava Jair Bolsonaro como representante de uma "visão reacionária".
"De um lado, o radicalismo, que não respeita as mulheres, não respeita as minorias, que não respeita aquilo que a humanidade conquistou ao longo de décadas e dias de luta. E do outro, a preocupação", disse Cid Gomes.
O deputado federal André Figueiredo, presidente do PDT no Ceará, acredita que no Estado o presidenciável deve ter grande votação. O trabalho, segundo ele, está a nível nacional para reforçar o discurso do pedetista como alternativa para quem "não aguenta mais quatro anos de divisão". "A gente espera que o Ciro seja desaguadouro natural de quem não está nem de um lado nem de outro e quer um Brasil diferente", afirmou.
A busca agora é pelo voto dos eleitores indecisos, afirma o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Zezinho Albuquerque (PDT). "Dá tempo (de Ciro chegar ao segundo turno). Se o povo brasileiro achar, dá tempo sim. Não é coisa fácil não, mas eu acredito que na hora de votar, o povo brasileiro vai tomar essa decisão de votar para o Ciro Gomes", almeja.