Revendo entendimentos
O senador Eunício Oliveira tem um discurso pronto para as ocasiões que se fizerem necessárias. Afirmará que não cultiva inimizades nem alimentará a discórdia contra quem quer que seja, ressaltando a sua disposição de brigar pelo Ceará e que pelo Ceará não se negará a celebrar a paz visando o interesse maior do Estado. A compreensão ele encontrou em Camilo Santana que o derrotou nas eleições de 2014, ao atender o chamamento da razão indo procurá-lo em Brasília para liberar pleitos do Estado, o que fez e fará sempre que for solicitado. Na entrevista que concedeu ao colunista na Rádio Assunção, ontem, disse que não houve de sua parte, nem da parte do Governador, qualquer promessa de apoio político, muito embora a aproximação dos dois tenha proporcionado uma convergência de interesses para atender as demandas do Ceará, com esse quadro evoluindo para o estreitamento de relações envolvendo também o ex-governador Cid Gomes, para marcharmos juntos nas eleições. Desde o primeiro momento, ficou claro que a disputa presidencial não faria parte desse entendimento. Ele comunicou ao MDB que não votaria em Henrique Meireles, porque tinha o compromisso de votar em Lula e a postulação de Ciro à Presidência da República, era uma “cláusula pétrea” impedindo, naquele momento, um acordo mais amplo. Não resta a menor dúvida de que o senador emedebista deixou claro a inclinação de rever a sua posição com respeito a campanha presidencialista. Enfim, o seu compromisso era pessoal, com Lula, e não com Fernando Haddad. Dentro da nova ordem de conveniências é de se supor que o senador Eunício Oliveira não se revelará cirista de carteirinha. Deve permanecer em silêncio, aguardando acontecimentos de uma situação que o envolve até que o assunto se esgote. É bom lembrar que qualquer que seja o presidente eleito, necessitará do patrocínio do Congresso Nacional, mas o Senado é o detentor da chave do cofre para aprovar ou rejeitar o orçamento da União.
Vai parar. Vendo frustrada a tentativa de atrair deputados para o plenário pelo menos dois dias por semana na campanha eleitoral, o presidente José Albuquerque terá nova reunião com os partidos para acertar a suspensão das sessões do Legislativo a partir do dia 19, até depois da eleição. Tem razão o presidente. Os seus colegas já trabalham pouco e não devem “gazetar” o expediente na hora de rezar na bacia as almas.