O objetivo de termos uma eleição limpa no Brasil em 2018, em meio ao mais grave cenário que a política já proporcionou ao País em sua fase democrática recente, depende, com muito vigor, de uma atuação firme e isenta das instâncias públicas responsáveis por lhe garantir equilíbrio. Em especial aquelas que integram o, chamado, sistema de justiça, fiscalizando e cobrando o respeito às leis e punindo quem a elas não pretender se subordinar.
Há, nesse sentido, manifestações muito tranquilizadoras nos últimos dias de dois dos atores fundamentais ao funcionamento pleno deste sistema, a presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargadora Nailde Pinheiro, e o Procurador Regional Eleitoral, Anastácio Tahim.
Duas autoridades com o perfil que o momento recomenda, equilibradas, sensatas, discretas, no mesmo plano em que eficientes e atentas.
Sem dúvida, são características que garantem um certo sossego à sociedade cearense diante de um cenário marcado por muita instabilidade. O que se espera do processo eleitoral é que consiga reverter um sentimento, hoje, de muito descrédito com a capacidade que tem a política de oferecer caminhos para uma realidade nova, e melhor, com mais paz social e menos injustiças praticadas em nome de uma briga pelo poder que relega a espaço secundário o que é essencial ao Estado: garantir qualidade de vida aos cidadãos, independente de cores partidárias, opções ideológicas ou simpatias políticas.
Uma eleição, com suas tensões naturais e as divisões momentâneas que estabelece, de maneira clara e transparente, vislumbra, como etapa de um processo democrático mais amplo, o reagrupamento social futuro de uma Nação. Definidos vencedores e vencidos como efeito de uma opção popular pelo voto, em maioria, as partes que protagonizaram a disputa reintegram-se dentro de uma perspectiva de sociedade que seja capaz de estabelecer pontos comuns, consensos possíveis, a normalidade do cotidiano deve ser restabelecida até que um novo processo eleitoral determine o rearranjo de forças dentro do aparelho de Estado, a partir da constituição de um governo.
É assim que a roda gira e é assim que esperamos que aconteça como resultado deste difícil 2018 em que seremos chamados a, pelo voto, definir os rumos a serem estabelecidos pelos próximos quatro anos no País e no Estado. Não apenas em relação a presidente e governadores, mas, também, lembremo-nos sempre, quanto à composição da Assembleia Legislativa e do Congresso Nacional que desejamos para os próximos quatro anos.