APÓS RECESSO, Assembleia Legislativa retoma as atividades hoje
Evilázio Bezerra
Após duas semanas de recesso, a Assembleia Legislativa retoma hoje as atividades parlamentares em meio a clima de definição de candidaturas em convenções partidárias. Após o período, a campanha começa de vez e poderá interferir na rotina de trabalhos da Casa.
Ainda nessa semana, a Mesa Diretora deve se reunir com os líderes das bancadas para definir quais ajustes serão feitos para evitar que os deputados estaduais esvaziem as sessões e garantir a pauta de deliberações.
Uma das propostas é mudar o dia das votações, que normalmente ocorrem na quinta-feira. A ideia é que sejam transferidas para as quartas-feiras, o que garante que os parlamentares possam cumprir agenda de campanha.
Os compromissos do período eleitoral não deverão esvaziar as sessões plenárias, segundo a avaliação do 1º vice-presidente da Casa, Tin Gomes (PHS). Para ele, durante o período eleitoral, não haverá o chamado "recesso branco". "A campanha agora é muito curta, algo como um mês e meio de atividade. Nesse período, a tendência é de os projetos diminuírem, porque os candidatos deverão estar concentrados na campanha. Mas, ainda assim, a Assembleia deve funcionar", afirma.
De acordo com o líder do Governo, Evandro Leitão (PDT), haverá discussão com a Mesa Diretora para deliberar sobre a redução das atividades parlamentares, com o objetivo de não interferir na campanha. "Isso será avaliado. Acredito que tenha sim uma espécie de recesso branco", disse.
Quanto às pautas do Governo, Leitão diz que não há nenhuma pendência para ser discutida e votada na Casa nesse período. Todas as prioridades, segundo ele, já foram encaminhadas antes do recesso. "Isso foi pensado levando em consideração o período eleitoral. Como o Governo não pode mandar nenhum tipo de mensagem que tenha transferência de recurso nesse período de campanha, nós fizemos um planejamento, junto com o Executivo, para adiantar isso", explicou.
A oposição, por outro lado, promete colocar em discussão a série de ataques a veículos do transporte público e a delegacias no Estado. "A gente vai cobrar do Governo uma postura diante dessa grave crise de segurança, que, na verdade, revela despreparo", comenta Carlos Matos (PSDB).
O parlamentar afirma ainda que, embora estejam dividindo a atividade parlamentar com a campanha nos próximos dias, a oposição não deve estar distante da Casa. Ele, porém, admite que os trabalhos seguirão em um ritmo menor. "Ainda assim, a oposição tem que estar atenta. O Governo pode aproveitar esse momento para mandar matérias que sejam importantes e que a gente tem que discutir", pondera.
Na manhã de hoje, os parlamentares voltam à Assembleia para a início das sessões ordinárias a partir das 9 horas ainda sem matérias previstas para serem deliberadas. As comissões temáticas retomam apenas com audiências públicas, deixando as reuniões deliberativas para a próxima semana.
ELEIÇÕES
A mesa diretora não deverá tomar nenhuma medida formal que garanta que os parlamentares levem questões eleitorais para a tribuna e as demais discussões da casa, mas os deputados têm sido orientados sobre a postura. Muitos disputam votos na mesma região, caso de Gony Arruda (PP) e Sérgio Aguiar (PDT).
BALANÇO
No primeiro semestre, a Assembleia registrou 189 sessões plenárias. Foram registrados 2.513 requeri-mentos de parlamen-tares, além de 85 proposições de outros poderes (73 deliberadas).
RÔMULO COSTA