O PT vai reivindicar uma das vagas ao Senado na chapa do governador Camilo Santana. Quem afirma é o presidente estadual da legenda no Ceará, deputado Moisés Braz. “Nós não abrimos mão”, reivindicou o dirigente ontem, durante reunião do partido com os pré-candidatos à Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados. A declaração ocorre quatro dias depois de Ciro Gomes defender duas vagas de senador para o PDT — com o irmão Cid e o deputado André Figueiredo.
No mesmo dia, o grupo da deputada federal Luizianne Lins lançou, em evento paralelo, um movimento de defesa da manutenção da vaga do PT no Senado, que hoje é ocupada por José Pimentel. O movimento vai até o dia 28, data em que o partido formaliza as decisões para outubro.
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“Entendo que o PDT, ou qualquer outro partido, queira indicar as duas vagas. É claro que eu não acredito que isso aconteça, e nem nós do PT, tendo hoje um senador, vamos abrir mão para que o PDT indique duas vagas”, disse o presidente do PT.
Moisés admitiu que a maioria dos pré-candidatos que participaram de reunião fechada defendeu manutenção da vaga do partido na chapa majoritária.
O assunto vai ser levado ao governador. Hoje, Camilo se reúne com Romênio Pereira, secretário-geral do PT nacional. Na próxima quarta-feira, 25, o chefe do Executivo faz nova reunião com os pré-candidatos ao legislativo do grupo que sustenta a gestão.
Ao O POVO, a deputada federal Luizianne Lins afirmou que “é muito clara a decisão da Executiva (nacional), não só apenas uma orientação, mas uma decisão de que o PT deve manter os espaços políticos que já detém tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado”.
Após tomar conhecimento do que ocorreu na reunião da Executiva, a ex-prefeita argumentou que o movimento não é apenas do seu grupo político, mas “de ponta a ponta”. “Independente do grupo político, existe um movimento forte para que o PT não abra mão da candidatura ao Senado”, defendeu a parlamentar.
Embora os discursos dos diferentes grupos do PT se encontrem quando o assunto é a defesa da vaga, o nível de prioridade é encarado de forma diferente. Enquanto Luizianne defende a manutenção da vaga como uma das maiores prioridades do partido, o presidente da sigla no Estado coloca o assunto em segundo plano.
A tese é a mesma defendida pelo deputado José Guimarães. “Para nós, a direção nacional já definiu o que é prioridade. Número um, campanha para presidente, Lula. Número dois, deputados federais”, defendeu o líder da oposição na Câmara.
WAGNER MENDES