Na pré-campanha, o Plenário 13 de Maio tem ficado esvaziado. Deputados dizem que o descrédito popular exige mais contato com o eleitorado
( Foto: Saulo Roberto )
O Plenário 13 de Maio, da Assembleia Legislativa do Ceará, já há algum tempo tem ficado em segundo plano para muitos deputados da Casa. Em ano de eleição, o espaço fica cada vez mais esvaziado, geralmente com os mesmos parlamentares se revezando em pronunciamentos sem muita ressonância. Ao Diário do Nordeste, alguns explicaram que, com o descrédito do homem público junto à sociedade, há necessidade de uma presença maior dos políticos em suas bases eleitorais, dando atenção ao eleitorado.
Segundo o presidente da Assembleia, Zezinho Albuquerque (PDT), a redução do período eleitoral para 45 dias também foi responsável por uma presença maior de parlamentares em suas bases durante a chamada pré-campanha. “Antes, tínhamos mais tempo para visitar o Interior e agora só temos 45 dias. É um tempo muito curto”, disse.
Conforme informou, apesar das incursões aos municípios serem a prioridade de seus pares, não há prejuízos para as matérias que são votadas na Casa. “Os deputados estão indo ao Interior mais cedo e isso é muito bom. Eu ando em três ou quatro municípios por semana, porque do contrário não vou dar conta”.
De acordo com o deputado José Sarto (PDT), durante o período eleitoral, é “natural” que haja poucos presentes nos debates e que o plenário fique relegado ao segundo plano. Para o pedetista, os deputados precisam ter presença em suas bases com mais intensidade por conta do desgaste da classe política.
Leonardo Araújo (MDB) destaca que o esvaziamento do plenário é algo que acontece não somente no Estado, mas em todo o País, visto a necessidade de organização eleitoral em ano de eleições. De acordo com ele, quem não manteve presença em suas bases nos últimos anos teve dificuldade nas eleições.
Modificando
Como oncologista, o deputado Carlos Felipe (PCdoB), geralmente, é procurado por pessoas que necessitam de um acompanhamento médico. O parlamentar afirma que, quando está visitando municípios do Interior, fiscaliza obras e participa de reuniões com suas lideranças. Segundo ele, diante do que aconteceu em nível nacional, houve uma “demonização do homem público”, e por isso é preciso que o político esteja cada vez mais próximo do eleitorado.
Com base em Fortaleza e uma certa representatividade em Lavras da Mangabeira e Jaguaretama, o deputado Heitor Férrer (SD) afirmou que suas atividades consistem apenas no corpo a corpo junto às pessoas desses municípios. “Os deputados são eleitos com os votos do Interior e eles não vão deixar de ir aos municípios porque é lá que estão seus votos”, enfatizou.
Walter Cavalcante (MDB) explicou que no início de toda Legislatura há uma presença diária dos novos eleitos, o que vai se modificando com o passar dos meses. Ele defende que as sessões deliberativas ocorram ao menos três vezes na semana, o que forçaria uma presença maior de seus colegas na Casa. “Como só tem um dia, o deputado tem que ficar se deslocando do Interior para a Capital”.