O RETORNO DE DOMINGOS
Domingos Filho (PSD) buscará voltar à Assembleia Legislativa na próxima eleição, num movimento para refazer seu projeto político. Na metade da década passada, ele iniciou uma ascensão atrapalhada pelo rompimento com a base do governo. Com a eleição de Cid Gomes (PDT), virou presidente da Assembleia Legislativa e aliado dos sonhos para os Ferreira Gomes. Na reeleição de Cid, virou vice-governador e não criou contratempos visíveis a olho nu. Mas tinha ambição de virar governador. Os Ferreira Gomes o paparicavam e queriam como coadjuvante. Mas não cogitavam entregar a ele a condução. Contrariado, negociou com os Ferreira Gomes vaga no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
Sem mandato, manteve mulher, filho e primo como atores na cena pública política. A família atraiu apoio de muitos prefeitos e ex-prefeitos. Enquanto isso, Domingos se lançou candidato a presidente do TCM. Mais que nunca, a eleição ganhou todas as cores de disputa entre partidos políticos. A ponto de contaminar a eleição para presidente da Assembleia Legislativa.
Domingos venceu e a maioria governista do Legislativo decidiu retaliá-lo. Mudou a Constituição e extinguiu o TCM. A briga foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), mas a posição da base aliada prevaleceu.
Então, Domingos conseguiu na Justiça permissão para se candidatar, fez acordo com o governo Camilo, e buscará vaga na Assembleia. Deverá conseguir sem grande dificuldade. De lá, irá reconstruir trajetória que chegou perto das mais altas posições do Estado, mas foi cortada quando contrariou os Ferreira Gomes. A ambição dele é grande e não parece ter sido abandonada - apenas adiada.