DOMINGOS FILHO surpreendeu com decisão de tentar volta à Assembleia
MAURI MELO
Fora da Assembleia desde 2010, o conselheiro em disponibilidade do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Domingos Filho (PSD), voltou ao páreo por nova vaga de deputado estadual. Presidente da Casa por dois mandatos seguidos e parlamentar por quatro, ele retorna com chance de ser a novidade em disputa que já era considerada “acertada” na base aliada.
Opositor de Camilo Santana (PT) de dezembro de 2016 até o início deste ano, Domingos tem se reaproximado do governador em aliança articulada por Cid Gomes (PDT). Como vinha anunciando possibilidade de disputar por cargo majoritário, a confirmação de sua candidatura à Assembleia causou “surpresa” entre deputados ouvidos pelo O POVO.
“É uma surpresa, pois ele tinha ventilado outra possibilidade”, disse Sérgio Aguiar (PDT). Nos bastidores, a indicação alertou aliados com menos potencial de votos, por conta do peso da entrada do ex-deputado – aliado de vários prefeitos do Interior – na disputa. Aguiar, no entanto, minimiza.
“Pelo menos para nós do PDT, não há nenhum temor. É até o contrário, seria uma candidatura para somar”. Domingos pode influir, inclusive, na sucessão de Zezinho Albuquerque (PDT) na presidência da Assembleia.
Sérgio destaca que a influência de Domingos no PSD – em especial no plano nacional – pesou na articulação, até para garantir novos apoios para candidatura de Ciro Gomes (PDT) à Presidência da República. “Acho que esse é o grande objetivo, para que aproxime o partido (PSD) com o Ciro”.
Procurado pelo O POVO, Domingos Filho minimizou que sua candidatura possa “atrapalhar” planos de outros deputados da base em busca de reeleição. “Até porque eu já tenho um substituto na Assembleia, o deputado Odilon Aguiar, que apoia minha candidatura”, diz.
Sobre possível aliança entre o PSD e Ciro Gomes, ele destaca que o partido já confirmou apoio à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) no 1º turno, mas não descartou defender aliança com o ex-ministro cearense em caso de um 2º turno sem o tucano. Ele confirma, também, que a sigla apoiará candidatura de Ciro no Estado mesmo com a aliança nacional com o PSDB.
“O partido sabe que as circunstâncias e palanques regionais tem influência total”, diz.
SAIBA MAIS
PENDÊNCIA NA JUSTIÇA
Candidatura de Domingos, no entanto, ainda depende de palavra final da Justiça, uma vez que precisaria de descompatibilização do cargo no TCE. Atualmente, no entanto, uma liminar garante seu direito à candidatura em 2018.
AUDIC MOTA
Domingos Filho também minimiza embates que sua entrada na base aliada criaria com o deputado Audic Mota (PSB), seu adversário no reduto político de Tauá. “Faz mais de um século que Tauá tem mais de um nome na AL”.
CARLOS MAZZA