Na sessão de ontem da Assembleia Legislativa, o deputado Ely Aguiar (PSDC) questionou, na tribuna, um projeto de lei, de autoria do deputado federal cearense Domingos Neto (PSD), que prevê a mudança de nome do açude Castanhão, oficialmente chamado de "Padre Cícero", para açude "Paes de Andrade". Para Ely, votado na Região do Cariri, o projeto do parlamentar é "deselegante", pois "não reconhece aquilo que já foi feito pelo Padre Cícero na região".
"Paes de Andrade merece todas as homenagens, um homem de conduta ilibada, que merece ser imortalizado no Estado pelo que fez, mas que se coloque o seu nome em outro equipamento. O deputado está causando uma repulsa ao juazeirense. O açude iniciado na gestão do doutor Tasso (Jereissati) já tem um nome oficial", alegou.
A proposta de Domingos Neto, apresentada em 2015 na Câmara, só foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça na semana passada, e ainda não tem prazo para que chegue ao Plenário. A matéria, inclusive, foi apensada e aprovada junto com outro projeto de lei, apresentado também em 2015, pelo deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB), cujo teor é o mesmo.
Ao justificar o projeto, Domingos Neto ressalta a trajetória política de Paes de Andrade e diz que, em 40 anos de vida pública, o cearense sempre "esteve à frente dos acontecimentos que fizeram a história recente do País e do Parlamento, militando sempre com coerência e dignidade pelas causas que acreditava".
Ely Aguiar concordou que Paes de Andrade é um "político de conduta ilibada, que deixou um legado e merece ser homenageado", mas argumentou que ele poderia ser homenageado com a denominação de outros equipamentos públicos. "Tenho certeza que essa forma de homenagear outro cidadão de bem é equivocada", reclamou. Ele apresentou um requerimento na Assembleia, para que seja enviado um ofício aos presidentes do Senado e da Câmara Federal, solicitando que a denominação do açude cearense não seja mais modificada.