Evandro Leitão disse que Wagner estava extrapolando e o chamou para brigar fora do plenário da Assembleia
( Foto: José Leomar )
Foi preciso assessores e alguns deputados intervirem para evitar o engalfinhamento entre os deputados Evandro Leitão (PDT), líder do Governo na Assembleia, e deputados Evandro Leitão (PROS). Os dois trocaram insultos, e a sessão ordinária do Legislativo cearense de ontem teve que abruptamente ser encerrada. Evandro chamou Wagner de “frouxo” e foi chamado de “mocinha” por Wagner.
Tudo começou por conta dos números da violência no Ceará. Os opositores contestaram o anúncio da redução dos assassinatos no Ceará, durante o mês passado, e, mais uma vez, colocaram em xeque as ações implementadas pela gestão estadual para reduzir a criminalidade. Já os governistas exaltaram o trabalho das forças de segurança para alcançar os resultados positivos e pediram “reconhecimento” da oposição diante de investimentos feitos pelo Estado em Segurança Pública.
Para Capitão Wagner, a diminuição dos assassinatos foi por conta das chuvas registradas em abril. Segundo ele, em dias chuvosos, o número de ocorrências é menor, porque a “vítima não está na rua”. “Essa redução não é só nos assassinatos, não. É roubo, é furto. Por quê? Menos pessoas estão nas ruas, só quem tem obrigação de trabalhar, desenvolver alguma atividade, é que acaba saindo de casa. Quem já tirou serviço em viatura sabe o que eu estou dizendo. O dia que chovia era o dia mais tranquilo no serviço da Polícia Militar”, argumentou.
O líder do Governo, deputado Evandro Leitão (PDT), por sua vez, classificou a fala de Capitão Wagner como “risível”, ao apontar que a redução das mortes no Estado, no último mês de abril, só foi possível graças ao período de chuvas. Ele enfatizou o “esforço” dos policiais militares e civis no combate à criminalidade e disse que não creditar a eles os resultados alcançados é “menosprezar” o trabalho das forças de segurança.
Presenças
“É risível um parlamentar subir a essa tribuna e creditar à meteorologia a questão da redução dos crimes em nosso Estado. Eu sempre tenho dito que temos que ter muita responsabilidade naquilo que falamos, pois, diferente do que foi dito, eu credito ao esforço, inicialmente, dos nossos policiais militares e civis, pela dedicação, o trabalho que está sendo feito, muitas vezes, colocando sua vida em jogo, vida de seus familiares, vida de amigos. E que essa minha fala seja um incentivo para que eles continuem se dedicando”, frisou.
Na tentativa de evitar prolongar os debates sobre o tema da Segurança, uma vez que, além de Capitão Wagner, os deputados de oposição Roberto Mesquita (PROS) e Odilon Aguiar (PSD) também estavam inscritos para discursar na Ordem do Dia e no Tempo de Liderança, o deputado da base governista, Yuri Guerra (PP), pediu verificação de presença. Isso porque não havia 16 deputados presentes na sessão plenária, o mínimo exigido para que ela aconteça, de acordo com o Regimento Interno, estando presentes apenas 10 parlamentares.
Enquanto a verificação de quórum acontecia e antes da sessão ser encerrada, o deputado Capitão Wagner aproveitou para revidar a fala de Evandro Leitão e criticá-lo por ele não ter apoiado a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Assembleia, para investigar o narcotráfico.
“Agora há pouco, parlamentares falaram aqui de confiança na Polícia Militar… Eu confio tanto na Polícia Militar e na Polícia Civil que pedi aqui a abertura da CPI do narcotráfico. Agora, quem está dizendo que confia não teve coragem de pedir a abertura da CPI, pelo contrário, ainda disse que não tem coragem de assinar, nem participar da CPI pela sua família”, relembrou discurso de Evandro.
Nesse momento, Evandro Leitão se irritou e começou um bate-boca com Capitão Wagner: “Deixe de coisa, rapaz, você me respeite, eu não citei seu nome, você que é frouxo”, repetiu Evandro. Em seguida, Capitão Wagner disse: “a mocinha criou coragem”. Evandro, mais uma vez, pediu respeito e disse que se ele fosse “machão” fosse conversar com ele lá fora. Para assessores à sua volta, Evandro disse que Capitão era um mentiroso e estava “passando dos limites”. Wagner retrucava enquanto a turma evitava que eles se agarrassem.