Diante da indefinição no grupo da oposição no Ceará sobre o candidato que concorrerá ao Governo do Estado, neste ano, contra a tentativa de reeleição do governador Camilo Santana (PT), o deputado Roberto Mesquita (PROS) foi à tribuna da Assembleia Legislativa, ontem, relatar as dificuldades que eles terão pela frente para enfrentar a "máquina do Governo". Ele criticou a construção de alianças com partidos que a "população não consegue mastigar" e a relação de troca de benesses com os "donos" das agremiações. Para ele, um modelo de política, cuja Reforma só fez "piorar".
Um dos "monstros" da Reforma Política, aprovada pelo Congresso Nacional, no ano passado, aponta Roberto Mesquita, é o Fundo Público para financiamento de campanha, estipulado em R$ 1, 71 bilhões. "Não bastasse, ainda, o malsinado Fundo Partidário, que é dinheiro público, sem prestação de conta, ainda criou o fundo eleitoral, fazendo com que 21 partidos, das 32 legendas que disputaram o pleito passado, tenham os seus recursos engordados em centenas de milhões", lamentou.
O parlamentar lembrou que o Fundo Partidário já existia e beneficia, principalmente, aquelas legendas com maior número de deputados federais. Segundo ele, um voto obtido pelo candidato à Câmara Federal que foi eleito, representa R$ 1 que será destinado ao Fundo Partidário.
Máquina
Para Mesquita, o abastecimento financeiro desses partidos, através desses dois Fundos, cria uma "nova classe de poderosos no Brasil, que são os donos de partido". E, segundo o deputado, em prol da manutenção dessas benesses, muitos deles, formam alianças com políticos, mesmo que eles sejam "água e óleo", ou seja, de campos ideológicos diferentes.
"Nós (oposição) vamos para as eleições, enfrentando a máquina do governo, a máquina da Prefeitura de Fortaleza, a máquina da Assembleia Legislativa, a máquina da Câmara Municipal de Fortaleza e de mais de uma centena de prefeituras", disse.