No momento que deputados da oposição usavam a tribuna da Assembleia Legislativa, ontem, para discutir problemas na área da Segurança Pública no Estado, após uma série de ataques criminosos a ônibus e prédios públicos na Capital, poucos eram os deputados da base governista que estavam em plenário, fosse para dar atenção aos pronunciamentos ou para defender ações do Estado na área. A liderança do Governo na Casa reconheceu que o esvaziamento das sessões por parte dos aliados, em razão das incursões dos deputados nos seus colégios eleitorais, fragiliza a base governista.
Na sessão de ontem, na maior parte do tempo em que oposicionistas estavam na tribuna, no máximo, cinco deputados da base permaneceram em plenário, embora mais de 20 governistas eram dados como presentes na Casa, de acordo com o painel.
Durante pronunciamento do deputado Ely Aguiar (PSDC), houve um momento, inclusive, em que apenas o deputado Evandro Leitão (PDT) estava em plenário como apoiador do Governo Camilo Santana (PT). O esvaziamento da sessão pelos governistas serviu para fortalecer as críticas da oposição de que o Estado está fragilizado diante da crise na Segurança.
"Lamento a ausência da bancada governista na hora de um debate como esse. Como o cidadão quer governar o Ceará, novamente, numa situação dessa? A oposição é mais fraca, porque (deputados) passaram para o outro lado na hora que abriu o guarda-chuva, foram seduzidos pelo canto da sereia. Reconheço que o Camilo pegou um grande abacaxi deixado pelo governo anterior, que também jogou as informações para debaixo do tapete", observou Ely Aguiar.
Fragilização
Após o discurso do oposicionista, Evandro Leitão disse que a afirmação dele sobre a ausência dos governistas em plenário era injusta, porque, embora não estivessem na sessão naquele momento, os membros da base "sempre" estão presentes.
Ao ser questionado se a continuidade do cenário o preocupa, o líder do Governo admitiu que a presença cada vez menor dos governistas nas sessões pode fragilizar a base na Assembleia, mas disse que o esvaziamento é natural com a aproximação do período eleitoral. "A gente entende que no momento que estamos passando, pré-eleitoral, os deputados acabam dando muita assistência nos seus colégios, nos seus municípios".