PAULO ROCHA/ ALCE
Depois do desabafo acalorado de Capitão Wagner (Pros) em sessão ontem na Assembleia Legislativa, a oposição se reúne hoje para definir se o deputado estadual será candidato ao Governo do Estado. O evento, que terá participação de Wagner, deverá reunir todos os partidos que se declaram como opositores ao governador Camilo Santana (PT) e será realizado no escritório do senador Tasso Jereissati (PSDB).
Ao discursar na Assembleia, Wagner criticou ontem o PSDB por não se decidir sobre o pleito estadual, uma vez que o partido se declara opositor de Camilo, mas integra secretariado do Governo. “Não dá pra dizer que eu sou da oposição, mas não largo a base. Que oposição é essa? Não dá pra fazer discurso novo com as práticas antigas”, argumentou citando Maia Júnior (PSDB), secretário do Planejamento do Governo. Ele cobrou da oposição definição sobre o rumo do grupo na disputa de outubro deste ano.
O parlamentar abriu o pronunciamento ontem, porém, respondendo à fala do presidente estadual do PSDB, Francini Guedes, ao O POVO, na edição de ontem. O tucano projetou dificuldades para a sigla apoiar Wagner na eleição para o Executivo depois da filiação do deputado ao Pros.
Em resposta, Wagner cobrou coerência dos tucanos no Ceará. “Que demérito tem o Pros em relação a outro partido? Não dá pra eu ter o PSDB me apoiando e prefeito do PSDB declarando voto no Camilo. Reclamaram que eu saí do PR. Eu vou ficar no PR com a deputada Gorete (Pereira) votando no Camilo? Aí eu vou pro DEM, o DEM votando no Camilo? Meu amigo, querem me fazer de palhaço? Não”, criticou.
O POVO tentou falar com o presidente estadual do PSDB em várias oportunidades ontem, mas não obteve sucesso. Em uma das ligações, o tucano pediu para retornar momentos depois, mas não atendeu mais às chamadas para o telefone celular.
O deputado estadual Carlos Matos (PSDB), disse que Wagner foi “infeliz” nas declarações e que “o foco (das críticas, se houver) é no bloco de coalização e não no partido”, porque, segundo ele, cada sigla toma posição no seu tempo e, por isso, não deve ser cobrada por lideranças de outras legendas.
Matos defendeu ainda que a “insatisfação” é algo natural quando se trata da vida política, mas que os questionamentos deveriam ter sido feitos internamente, no bloco, e não de forma pública.
Em entrevista coletiva, Wagner condicionou sua candidatura ao Executivo à união dos partidos que integram a oposição. Caso não haja possibilidade do agrupamento, deverá se candidatar a uma vaga para a Câmara dos Deputados evitando o que chamou de “suicídio”, que seria uma candidatura ao Governo do Estado sem musculatura.
WAGNER MENDES