Um mês após o retorno das atividades da Assembleia Legislativa, o tema que mais tem motivado debates na Casa é Segurança Pública. Sejam deputados aliados exaltando as ações do governo na área, sejam oposicionistas intensificando as críticas à falta de resultados das políticas implementadas, o fato é que governistas ignoram as propostas apresentadas pelos críticos da gestão e não apontam que tipo de sugestões querem ver. Em fevereiro, de acordo com levantamento feito no portal da Assembleia, pelo menos quatro projetos foram apresentados na área.
O ano legislativo iniciou em meio a uma situação de crise na Segurança Pública estadual, após a ocorrência de duas chacinas motivadas por disputas entre facções criminosas, matando um total de 24 pessoas. Desde então, porém, as propostas para minimizar o problema, muitas vezes, se perdem entre discursos acalorados na Casa. De um lado, oposicionistas reclamam que apresentam projetos, mas não são acatados pelo Executivo. Do outro, governistas cobram propostas novas, pois, segundo alguns, todas as possíveis já teriam sido adotadas pelo governador Camilo Santana (PT).
Segundo pesquisa no portal da Assembleia, dois dos quatro projetos voltados à Segurança apresentados em fevereiro partiram da oposição. Em um deles, Carlos Matos (PSDB) propõe a criação do "Programa Luz Verde", com o objetivo de implementar um sistema de videomonitoramento em todo o Estado, "mediante parceria a ser firmada entre empresas privadas e o Governo do Estado". O outro, também de autoria dele, visa aumentar a participação das mulheres no efetivo policial em 15%.
Deputados da base apresentam outras duas propostas na área. Uma delas institui a Política Estadual de Prevenção Social à Criminalidade, de autoria da deputada Mirian Sobreira (PDT). Já Fernando Hugo (PP) requereu, através de projeto de indicação, a criação da Secretaria de Inteligência Estratégica, da Agência Estadual de Inteligência, do Conselho Estadual de Inteligência do Estado do Ceará e do Sistema Estadual Interagências de Inteligência.