Roberto Mesquita diz que, sem tempo de rádio e TV, a oposição não poderá expor suas propostas
( Foto: José Leomar )
Representantes da oposição no Ceará, devido ao esvaziamento ao qual suas legendas foram submetidas nos últimos meses, estão preocupados com a falta de estrutura para a disputa eleitoral de outubro. De acordo com parlamentares da bancada oposicionista na Assembleia Legislativa, a falta de agremiações para dar suporte a uma candidatura ao Governo do Estado poderá resultar em uma campanha sem tempo de rádio e TV ou recursos financeiros no pleito.
Outra preocupação na pauta de discussões dos opositores está relacionada à possibilidade de até duas candidaturas do grupo no Ceará, o que enfraqueceria a bancada, uma vez que eles não possuem nomes suficientes com densidade eleitoral para formar até duas chapas fortes para a disputa. Hoje, a oposição no Estado é formada, principalmente, por PSDB, PSD e SD.
A bancada acredita que pode contar ainda com os apoios de PHS, PSL, NOVO, PROS e PSDC. No entanto, mesmo que esses partidos somem ao projeto oposicionista, eles não têm muita representatividade na Câmara Federal, o que não surtiria o efeito desejado no fortalecimento de um palanque local.
De acordo com membros da bancada, desde a semana passada eles tentam convencer as direções de DEM, PSB e PODEMOS para que estes também componham o grupo de opositores, mas não houve êxito em nenhuma das tentativas. Capitão Wagner (ainda no PR), inclusive, tentou contato com o líder maior do PR, Valdemar Costa Neto, mas este sequer o recebeu.
Também não houve avanço no diálogo realizado com lideranças do Democratas, o que tem preocupado os membros da bancada oposicionista no Ceará. O PROS chegou a dizer que daria total liberdade a Wagner no Estado, mas o parlamentar, devido a pouca representatividade que a sigla teria, ainda não optou por ingressar na agremiação.
O PSDB, segundo oposicionistas, tende a lançar um nome para a disputa eleitoral de outubro próximo, o que iria de encontro aos interesses do grupo político de Roberto Pessoa e Capitão Wagner. Conforme informaram, não há nomes suficientes para fechar duas chapas com densidade eleitoral.
"O principal e maior dos nossos medos é que não temos a oportunidade, e leia-se tempo de televisão, espaço nos meios de comunicação, para levar as propostas da oposição", disse o deputado Roberto Mesquita (PSD). Apesar da preocupação com a fragilidade da bancada, o parlamentar ressaltou que torce para que haja mais de um palanque na oposição, para que mais de uma ideia seja apresentada.
Espaço
Para Capitão Wagner, o grupo é forte do ponto de vista de lideranças locais, mas, para "colocar a campanha na rua", precisa de espaço nos meios de comunicação. "Recursos financeiros, dificilmente, vamos conseguir com facilidade. Mas a gente quer o tempo de televisão para mostrar como melhorar a situação das pessoas", sustentou.
Sobre a possibilidade de até duas candidaturas na oposição, o parlamentar disse que as chances são remotas, mas que isso seria bom para a democracia. Além do governador Camilo Santana (PT), já se colocaram como pré-candidatos o presidente do PSOL, Ailton Lopes, e o próprio Wagner. "A dificuldade está no fato de o Estado estar escasso de novas lideranças", disse.
O deputado Odilon Aguiar (PMB) também destacou a necessidade de "tempo" para que a oposição se apresente ao eleitorado. No entanto, ele acredita que as estratégias e movimentações partidárias só acontecerão após definições nacionais.