Pelo menos 14 pré-candidatos já estão com seus nomes colocados para a disputa pela Presidência da República em outubro próximo. Antes mesmo do início do calendário eleitoral, estes pretensos postulantes têm como meta montar o maior número de palanques nos estados, visando melhorar a desenvoltura junto ao eleitorado. No Ceará, alguns partidos já negociam com outras legendas para construir coligações que garantam a participação dos seus presidenciáveis na disputa local deste ano.
O pré-candidato Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tem, até o momento, o apoio de três legendas no Ceará. As direções do PROS, do PSL e do PHS já garantiram que estarão envolvidas na construção de um palanque para o postulante. De acordo com o coordenador da campanha eleitoral do parlamentar no Nordeste, Julian Lemos, a princípio, somente as duas primeiras agremiações dialogaram com ele e fecharam questão com relação ao apoio à candidatura do parlamentar.
No entanto, o deputado federal Cabo Sabino, que dirigirá o PHS a partir de março, já declarou apoio ao colega. "Como ele é parlamentar, deve ter dialogado diretamente com o deputado Jair Bolsonaro", explicou Julian. No Ceará, o PROS estará sob o comando de Capitão Wagner e o PSL, agora, tem Heitor Freire na presidência estadual.
Sem avanços
Por enquanto, essas são as três siglas que, no Ceará, definiram alinhamento com uma postulação nacional. Outros partidos, apesar de tratarem há algum tempo dos palanques estaduais, ainda não fecharam questão sobre como atuarão no pleito vindouro no Estado.
O PDT no Ceará, ainda que seja a maior legenda do Estado, tem tido dificuldades para definir o palanque local em torno do apoio à candidatura do ex-governador Ciro Gomes. A condenação do ex-presidente Lula em segunda instância, na semana passada, trouxe implicações para os partidos de esquerda, e uma delas é a indefinição quanto ao comportamento das legendas em âmbito nacional.
A sigla pedetista, por exemplo, tem conversado com a direção do PSB em busca de um entendimento para a disputa presidencial. Segundo o presidente regional da legenda, André Figueiredo, ainda não houve, porém, conversa sobre eleição com nenhum partido. "As conversas deverão evoluir com o início dos trabalhos legislativos", apontou.
Já o PP, aliado do grupo político que lidera o PDT no Ceará, não teve conversa com o partido em esfera federal. Atualmente, a legenda compõe a base aliada do Governo Temer (MDB).
O presidente do PT no Ceará, Francisco de Assis Diniz, afirmou apenas que o ex-presidente Lula segue sendo o pré-candidato da legenda e que não há outra alternativa ao nome do petista. A agremiação tem tentado atrair para si os apoios de outras siglas de esquerda, mas não houve avanço nas negociações. Segundo o dirigente, o partido trabalha no lançamento da pré-candidatura de Lula no Ceará, ainda sem data definida.
O PSDB ainda deve realizar prévias para saber quem será o candidato do partido. De acordo com o presidente estadual da agremiação, Francini Guedes, a sigla tucana discute com outros partidos a formatação de coligação e, consequentemente, dos palanques eleitorais.
Ele afirmou que há discordâncias dentro do grupo político da oposição, visto que Capitão Wagner, por exemplo, tende a apoiar Jair Bolsonaro. "O nosso palanque não é fechado", destacou. PR, SD e PSD ainda não definiram quem vão apoiar ou se terão candidaturas próprias. O PSD vem tentando emplacar o nome do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, mas, no Ceará, a legenda pouco tem atuado no sentido de alavancar eventual candidatura do ministro.
Indefinição
O PODEMOS trabalha o nome do senador Álvaro Dias (PODE-PR) para a disputa presidencial, mas por enquanto, no Ceará, o partido pouco avançou no que diz respeito à formação de palanque com aliados para fortalecer a presença do político no Estado. De acordo com o presidente da legenda, Toinho do Chapéu, as indefinições devem seguir até abril. Há diálogos com alguns partidos, como REDE e PSB, mas nada de concreto.
Já no PCdoB, o presidente estadual da legenda, Luiz Carlos Paes, afirmou que, por enquanto, o palanque pró-Manuela D'Ávila terá apenas a legenda comunista. Ailton Lopes, presidente do PSOL no Estado, destacou que a maior possibilidade é que o coordenador do MTST, Guilherme Boulos, seja mesmo o candidato da sigla, e o palanque no Estado deve ser formado por PCB e PSTU, mas a formação de coligação com o segundo ainda está em negociação.
Pelo menos 14 políticos já se lançaram como pré-candidatos a presidente: Levy Fidélix (PRTB), José Maria Eymael (PSDC), Fernando Collor (PTC), João Amoedo (NOVO), Marina Silva (REDE), Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Cristovam Buarque (PPS), Jair Bolsonaro (PSL), Manuela D'Ávila (PCdoB), Valéria Monteiro (PMN), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os tucanos Artur Virgílio e Geraldo Alckmin, do PSDB.