O senador tucano Tasso Jereissati e o presidente estadual do PSDB, Francini Guedes, têm encontro amanhã para discutir os nomes que podem fazer frente ao governador Camilo Santana (PT) em 2018. Diante da resistência de Tasso em enfrentar a disputa, os pessedebistas já articulam alternativas.
"Essa é uma das possibilidades (candidatura de Tasso), mas estamos precisando discutir isso exaustivamente", disse ontem Francini Guedes.
O senador ajuda a traçar cenários e sugerir nomes para as eleições. Depois da reunião de quarta-feira, as propostas serão discutidas em conversa “mais ampla" com a executiva estadual da sigla.
"Vamos chamar a oposição para conversar. Capitão Wagner, Roberto Pessoa, Lúcio Alcântara... O PSDB quer estar junto com essa oposição", declarou o presidente da legenda no Estado, sublinhando que ainda não há definições sobre o candidato.
Desde que o presidente do Congresso, Eunício Oliveira (MDB), se aproximou de Camilo, as movimentações da oposição começaram a sondar um nome que pudesse barrar a reeleição do governador. Francini admite ter conversado com nomes como o do empresário Geraldo Luciano, o deputado estadual Capitão Wagner e, mais recentemente, com o ex-presidente do TCM, Domingos Filho, sobre a possibilidade de disputa em 2018.
Acordo
Na última semana, o ex-governador Cid Gomes, aliado de Camilo, disse que não existe acordo estabelecido com o senador Eunício Oliveira. Para o presidente estadual do PSDB, porém, as constantes aparições da dupla demonstram o contrário.
“O acordo já existe. É a impressão que eu tenho. Se tem alguém do grupo que não aceita, é outra coisa, mas particularmente eu vejo que existe”, afirma Francini. “Se isso não for (um acordo), é muito esquisito”, continua o tucano.
O dirigente tucano também diz que, mesmo se a negociação não existir, a relação entre Eunício e a oposição “é difícil” frente aos últimos acontecimentos. Além da aproximação com Camilo, o senador emedebista fez continuadas declarações de apoio ao ex-presidente Lula.
Lideranças do PT e do MDB confirmam, inclusive, que a aliança entre Eunício e Camilo resultou de um pedido de Lula. “Mas Lula é candidato? E quem é o candidato do governador? É o Lula?”, reage Guedes, levando em consideração a relação de Camilo com Ciro Gomes, que também é pré-candidato à Presidência da República.
RÔMULO COSTA