Além do aumento da base governista na Assembleia Legislativa, outras mudanças devem ocorrer na Casa, no próximo ano, no que diz respeito à representação partidária. Ao menos oito deputados estudam deixar as legendas a que estão filiados atualmente durante a janela partidária, o que beneficiará algumas siglas e prejudicará outras.
O Legislativo Estadual também se prepara para realizar mudanças na composição das comissões técnicas permanentes, o que deve acontecer já no início de 2018, visto que a Mesa Diretora optou pela readequação das representações nos colegiados.
A deputada Silvana Oliveira, ainda no PMDB, disse estar descontente com o tratamento que vem recebendo da sigla desde que, no início do ano, se alinhou ao Governo do Estado, enquanto a agremiação fazia oposição à gestão de Camilo Santana. Por diversas vezes, a parlamentar entrou em conflito com o partido devido a interesses opostos.
Àquela época, enquanto a maioria da bancada do partido estava associada ao Governo, poucos membros permaneciam na oposição. Com isso, Oliveira foi escolhida líder do bloco PMDB, PSD e PMB, ainda que os presidentes das três legendas, até então, se colocassem como opositores de Camilo. Atualmente, dos três partidos, somente o PSD segue fazendo oposição ao Governo, visto que o PMB faz parte da base e o PMDB está em constante diálogo com Camilo.
Ao Diário do Nordeste, Silvana Oliveira afirmou que pode até deixar o partido, mas que vai tornar pública uma perseguição que teria sofrido na legenda. Ela ainda é líder do PMDB na Casa, e afirmou que deve tomar uma posição sobre sua saída até abril do ano que vem.
O primeiro-secretário da Mesa Diretora na Assembleia, deputado Audic Mota (PMDB) também estuda deixar os quadros da legenda e se filiar a outro partido. No entanto, o parlamentar afirma que ainda é cedo para tratar desse tema, visto que o período para filiação é de até seis meses antes do pleito eleitoral, ou seja, as mudanças podem ocorrer até o início de abril.
Sem destino certo
Outro que analisa saída de seu partido é o deputado Heitor Férrer, atualmente no PSB. O parlamentar, que em 2015 deixou o PDT, ainda não sabe para qual legenda deve migrar, mas acredita ter duas opções: ou se alia a um partido de oposição (PSDB, PR, PSD, SD) ou permanece na sigla pessebista, mas atuando como opositor, da mesma forma que o fez quando era filiado à legenda pedetista.
Manoel Santana também estudava deixar o PT e dialogava com o PCdoB, mas a discussão, por enquanto, não avançou, por outras prioridades da legenda comunista. O petista afirmou que deve tentar reeleição pelo PT. Filiado ao PDT desde março do ano passado, Julinho, por sua vez, poderá retornar para o PMB, partido que deve ter sua mãe, a ex-deputada Meire Costa Lima, como vice-presidente.
O deputado Gony Arruda disse que sua saída do PSD já está garantida, pois, segundo ele, o partido ao qual ainda é filiado não ouve seus reclames e sequer se reúne com ele para tratar de assuntos referentes à legenda. "Eu vou sair porque o partido não me escuta, não me chama para as reuniões", disse. Segundo ele, o PMB, agora que está na base governista, é uma opção.
Osmar Baquit, que também está no PSD, disse que é certa sua ida para o PDT, que é o partido com maior representação partidária na Assembleia Legislativa do Ceará. Já Odilon Aguiar, ainda no PMB, não se decidiu sobre seu futuro político. Apesar de ser opositor à gestão estadual, o parlamentar permanece na sigla, que agora compõe a base aliada do governador Camilo Santana.