A aproximação entre o governador Camilo Santana (PT) e o senador Eunício Oliveira (PMDB), até então adversários políticos, com vistas às eleições de 2018, segue repercutindo não só nos bastidores da Assembleia Legislativa, como também no Plenário 13 de Maio. Ontem, governistas defenderam ter sido "institucional" e em prol do Ceará a participação de Eunício no lançamento do programa "Juntos por Fortaleza", realizado no Palácio da Abolição, na última sexta-feira (17). Já oposicionistas criticaram o movimento político do peemedebista, que até pouco tempo era contrário à gestão.
Ao relembrar o início da década de 1960, quando Virgílio Távora foi eleito governador em uma coligação que reuniu forças políticas antagônicas, o deputado Fernando Hugo (PP) concluiu, na tribuna, que a mesma "parceria jubilosa" tem sido vista entre Camilo e Eunício.
"Talvez o Zé Pitoco e a Chica do Babau estejam vibrando quando escutaram a grande quantidade de verbas concedidas, graças a ações de porte estadista do governador Camilo Santana e do senador Eunício Oliveira, de superarem as desavenças, as intrigas, ranços, rancores que ocorrem durante os períodos eleitorais", sustentou.
'Pilares'
Para Odilon Aguiar (PMB), o peemedebista comete um erro ao dar sinais de que pode se unir ao Governo. "Está confundindo o eleitor que hoje tem esperança de um novo projeto para o Estado e, dentro da política, o senador Eunício se insere ao lado dos Ferreira Gomes", disse, acrescentando que a oposição tem, hoje, três "pilares" para apresentar "solução": Eunício Oliveira, Capitão Wagner (PR) e o senador Tasso Jereissati (PSDB).
Já Manoel Santana (PT), que classificou o evento no Palácio da Abolição como "administrativo", defendeu uma futura união entre as duas lideranças a favor de um projeto no Estado. "Não se faz política com ressentimento". O oposicionista Danniel Oliveira (PMDB), por sua vez, mudou o tom de discursos na Assembleia. "O senador é o que tem hoje as melhores condições de trazer benefícios para o Estado".