Não ficariam por aí as intenções dos eventuais articuladores dessa estratégia. Ao mesmo tempo em que o blocão aumentaria as possibilidades de vitória para o Poder Executivo, este serviria também para ampliar a base governista, que já é grande, ao mesmo tempo em que seriam salvos os ameaçados mandatos de muitos dos atuais detentores de cadeiras na AL, para quem foi aceso sinal amarelo de que haverá uma renovação de 50% dos que ocupam hoje o Plenário 13 de Maio.
Desenha-se, assim, a constituição de uma aliança constante de um amontoado de partidos que se acotovelarão Ceará a fora, não só para assegurar mais quatro anos para o governador, como também para manter, na AL, a mesma copiosidade de siglas, muitas das quais nem mereciam existir.
Mas tudo isso, como sabemos, só ocorre em consequência da falta de critério com que os deputados, para manter seus imerecidos mandatos, descaracterizaram o que seria uma reforma política cobrada há meio século pela sociedade, fazendo dela um simulacro lastimável de reforma, cujo pecado maior foi o de permitir a permanência de coligações proporcionais, um dos mais lastimáveis modelos de se chegar ao poder, só existente em democracias fajutas como a nossa. Não é que Camilo não mereça permanecer no poder, mas seria melhor que não fosse através de um sistema a extinto, o blocão.
Inutilidade Na sessão de ontem, da AL, o deputado Heitor Férrer (PSB) denunciou a incompetência do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar, que tem deixado os médicos sem condições de salvar vidas, por conta da falta até de materiais e equipamentos básicos, uma ameaça a milhares de pessoas que deles dependem.
Joio & trigo Segundo o deputado Carlos Matos (PSDB) esse partido virou azeite e água, joio e trigo, embora diante da ação corajosa do senador Tasso em defesa de um PSDB criado para defender uma sociedade.
Absurdo Da tribuna da AL, o deputado João Jaime (DEM) denunciou a cobrança, pela Prefeitura de Acaraú, de contas de energia, em que 80% é da iluminação pública, para uma população já sacrificada.
Inverso Em Tauá, com a articulação do deputado Audic Mota (PMDB) 1º Secretário da AL, a Câmara reduziu em 50% o IPTU, evitando com isso dificuldades para o povo e aumento da dívida pública.