Alguma coisa está fora da ordem   A 11 meses das eleições, a política cearense se movimenta de forma inusitada neste 2017. Na coluna de Alan Neto neste domingo, o governador Camilo Santana (PT) afirma que concorrerá à reeleição. Inclusive, diz não escolher candidato. “Seja lá quem for, pode vir…”   O anúncio antecipado não é a lógica da política cearense, sobretudo na era Ferreira Gomes. Obviamente, a estratégia do grupo mudou. Com Cid Gomes (PDT), desde que ele tomou posse já se sabia que ele buscaria oito anos de mandato — o que Ciro Gomes (PDT) tem de nunca concluir mandatos, o irmão tem de apostar na continuidade. Mesmo assim, meses antes da campanha ele não dizia com todas as letras que iria concorrer, ainda que não houvesse alternativa e já se movimentasse nessa direção.   Quando foi para lançar Camilo Santana, o anúncio só veio numa tarde de sábado de jogo, dia de jogo do Brasil na Copa do Mundo de 2014, véspera da convenção.     Se evitava falar sobre candidatura natural ao governo, Cid adiava ainda mais definições sobre o Senado, onde as costuras eram mais complexas. No caso da chapa de Camilo, a indicação de Izolda Cela para vice e Mauro Filho para o Senado ocorreu ainda depois da convenção.     Este ano, porém, o anúncio da candidatura de Cid foi o ato inaugural da formação da chapa. Camilo também se coloca e Zezinho Albuquerque (PDT) desta vez (já foi cotado em 2014) deve virar vice.   O próprio Cid gosta de dizer que jornalista é que gosta de tratar desses assuntos antes do tempo. Que político está preocupado em governar. Sem cargo, o ex-governador talvez tenha por isso se sentido livre para precipitar o processo. E, mesmo no cargo, Camilo fez o mesmo. Se as definições já estavam explícitas, melhor mesmo ser claro que negar o óbvio. Ainda assim, evidencia-se mudança de postura do grupo quanto às definições.   Em tudo isso, o que se mantém em comum a outras eleições é a postura de Tasso Jereissati (PSDB): como sempre, nega que será candidato. Fez isso quando não foi e também quando foi.