Segundo Zezinho Albuquerque, a Casa prepara seminário sobre Segurança para 2018
( Foto: Fabiane de Paula )
O presidente da Assembleia Legislativa, Zezinho Albuquerque (PDT), afirmou que os líderes da Casa, em sua maioria, não têm interesse em instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o tráfico de drogas no Estado. No entanto, ao Diário do Nordeste, lideranças divergiram sobre a possibilidade de instalação do colegiado.
A Segurança Pública tem sido a área que vem apresentando os piores índices no Governo Camilo Santana (PT) e, apesar dos investimentos da gestão, os resultados estão custando a aparecer para a população. De acordo com Zezinho Albuquerque, a questão do combate ao narcotráfico deveria ser administrada com mais empenho por parte do Governo Federal, o que, segundo ele, não está acontecendo.
Ainda assim, o chefe do Poder Legislativo afirmou que está preparando a realização de um seminário sobre Segurança para 2018, que deve contar com a presença de secretários de segurança de outros estados, do ministro da Justiça, Torquato Jardim, além dos presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), e da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
"Eu acho que a CPI não vai resolver o problema, até porque o Congresso fez uma e lá não se resolveu. Estive com os líderes e ninguém, a não ser um ou dois, demonstrou interesse na CPI. O que precisamos é fazer um grande seminário para debater isso".
Líder do PCdoB na Casa, o deputado Carlos Felipe também destacou que a responsabilidade de tratar do tema, de forma mais investigativa, não é do Legislativo Estadual. "Quem tem que fazer a CPI para isso não somos nós. Nossa obrigação é cobrar da União, de forma articulada a responsabilidade de fazer o enfrentamento como está na Lei", defendeu. Para ele, a obrigação da Assembleia é cobrar a instalação de um Plano Nacional de Segurança.
O líder do PT na Casa, Manoel Santana, por outro lado, discorda dos dois. Ele ressaltou, inclusive, que indicou, por meio de ofício, o nome da deputada Rachel Marques (PT), que foi autora da instalação da CPI, para compor os quadros do colegiado. "Eu, particularmente, defendo que seja instalada", disse o petista. Já Silvana Oliveira (PMDB) acredita que essa discussão acabaria por expor os parlamentares do Ceará de forma desnecessária.
Segundo ela, caso seja colocada em discussão, seu voto será contrário à instalação da CPI. "Não temos segurança para fazer isso. Eu sou mãe, esposa e tenho minha família. Não fui eleita para ser polícia", apontou. Ainda de acordo com a peemedebista, "abrir essa CPI vai apenas colocar a população em risco para atender a interesses políticos. Sou contra".
Líder do maior bloco da Casa, o deputado Ferreira Aragão (PDT), afirmou que é favorável à instalação da CPI, destacando ainda que outras lideranças também apoiam o início dos trabalhos do colegiado. Segundo ele, é preciso que os deputados, porém, demonstrem disposição para trabalhar no grupo. O vice-líder do bloco, Bruno Pedrosa (PP), por sua vez, afirmou que o momento não é oportuno para se tratar desse assunto na Casa, e defendeu que o debate sobre a instalação de Inquérito fique para outro momento.
Compromisso
O deputado Capitão Wagner (PR), por outro lado, afirmou que, em reunião da qual participou sobre a CPI, boa parte dos parlamentares presentes demonstrou interesse no assunto. Havia um compromisso de instalação da CPI na Assembleia já no retorno das atividades da Casa no segundo semestre, mas isso ainda não aconteceu.
"O acordo foi quebrado, porque passamos três meses e não houve sequer uma reunião de líderes. A gente fica muito triste com a inércia da Assembleia. O seminário que estão prometendo era para acontecer agora no segundo semestre e foi empurrado para ano de eleição", disse.