Ítalo Coriolano, editor-adjunto de Conjuntura
Candidatura de Tasso redesenha disputa
Se o senador Tasso Jereissati (PSDB) afirma que disputará o Palácio da Abolição caso a oposição não apresente um nome mais forte, pode-se dar como certa a quarta candidatura do tucano ao Governo do Estado. Os principais cotados para concorrer à sucessão de Camilo Santana (PT) já enveredam para outros caminhos. Colega de Tasso no Senado, Eunício Oliveira (PMDB), por exemplo, teve a imagem desgastada pela Lava Jato e concentra esforços para conseguir se reeleger. O deputado estadual Capitão Wagner (PR) tem como prioridade a disputa pela Prefeitura de Fortaleza em 2020, e deverá ser candidato a uma vaga na Câmara Federal, fortalecendo seu nome nacionalmente e criando canais de diálogo em Brasília. O empresário Geraldo Luciano tem disposição para concorrer ao cargo, mas ainda é um nome muito desconhecido. Representaria o almejado “novo”, mas a empreitada seria uma estratégia arriscada para os planos do PSDB de voltar à Presidência da República. São necessários palanques fortes no Nordeste, região onde o partido tem histórica dificuldade para obter boa votação. Além disso, o ex-governador cearense conhece como poucos a política local, e se apresenta como único perfil capaz de unificar as siglas de oposição no Ceará. Ou seja, alia experiência com capacidade de agregar. Cenário que traz dificuldades para os planos de Camilo Santana de neutralizar seus adversários e garantir uma reeleição tranquila. Com Tasso no páreo, tudo que foi traçado pelo petista com vistas a 2018 precisará ser revisto. Restaria, por exemplo, uma aliança com o PMDB de Eunício Oliveira, que começa a ser gestada mas enfrenta forte resistência de todos os lados. O peemedebista, aliás, se transforma em figura central dentro desse novo contexto. Vira fiel da balança para o futuro das estruturas de poder no Estado.