Luzianne Lins se reuniu ontem com demais membros da Executiva do PT para definir postura do partido em relação ao governo Cid Gomes
FOTO: IGOR DE MELO
O retorno de três deputados estaduais petistas ao time de secretários do Governo de Cid Gomes (PSB), antes de uma deliberação do PT, gerou desconforto entre petistas. Na avaliação da prefeita Luizianne Lins (PT), presidente estadual da sigla, “lamentavelmente existe um processo de tentativa de cooptação sistemática”.
“Acho que isso aí é uma política que a gente está vendo que é corriqueira aqui no Ceará. As pessoas ficam tentando cooptar as demais. Enfim, é uma coisa nunca antes vista”, afirmou. O retorno ao Governo dos três petistas, Nelson Martins (Desenvolvimento Agrário), Camilo Santana (Cidades) e Francisco Pinheiro (Cultura) foi um dos temas da reunião realizada pela Executiva Estadual do PT na noite de ontem, no Marina Park Hotel.
Conforme Luizianne, a reunião seria uma oportunidade de ouvir os deputados que “tomaram a decisão pessoal de retornar ao Governo”. Durante a convenção do PT realizada no último sábado, Luizianne afirmou que a decisão deveria ser partidária.
Tensão nacionalAntes de a reunião começar, Luizianne afirmava que o partido ainda não tinha posição fechada sobre o assunto. “O certo é que todos os petistas apoiarão a candidatura do candidato do PT que é o Elmano de Freitas, nome decidido por amplíssima maioria do partido”. Ela reforçou ainda que o PT não admitirá que qualquer parlamentar e qualquer petista, “ainda que imbuído de algum cargo no Governo do Estado”, não esteja na campanha de Elmano. “Para nós, isso é traição, infidelidade partidária. Não vamos aceitar que estejam apoiando candidatura do governador e não do PT”.
A tensão na relação entre PT e PSB, conforme Luizianne, não é local e sim nacional. Ela citou o caso de rompimento em Recife e Belo Horizonte. Portanto, o momento requer uma reflexão aprofundada sobre como será a postura diante do Governo.
“Não temos mais a aliança política que tínhamos alguns anos atrás. Discordamos de muitas questões relativas ao Governo do Estado. Discordamos de método, de projeto, durante muito tempo. Seguramos essa parceria, porque estávamos aliados”, afirmou, acrescentando que, agora, nada impede o PT de fazer críticas. “Em relação principalmente à questão dos Ferreira Gomes, que infelizmente têm tido postura de querer, além de mandar no Ceará, mandar agora em Fortaleza. Sempre lutamos contra oligarquias, inclusive familiares. E tenho certeza que a cidade vai dar o seu recado”.
Até o fechamento da página, a reunião ainda não havia terminado. Quem
ENTENDA A NOTÍCIA
Camilo Santana, Francisco Pinheiro e Nelson Martins participaram da reunião e seguiram o mesmo discurso de quando reassumiram seus cargos no Estado, defendendo que a aliança é estadual e nacional e que o PT ainda pode precisar de Cid Gomes no segundo turno.