Com receio de não atingir quórum qualificado de 28 deputados, aprovação da extinção do TCM contou com articulação especial da base do governador Camilo Santana (PT) na Assembleia. Deputados que estavam de viagem ao interior do Estado e até a outros países voltaram para ajudar a gestão. Audic Mota, por exemplo, estava em Lisboa. Walter Cavalcante também viaja pelo Exterior.
Preocupação do governo ocorre desde a última sexta-feira, quando a Casa deveria ter originalmente entrado em recesso, número de deputados presentes nas sessões do Legislativo reduziu consideravelmente. Desde esta data, diversos deputados já estavam com viagens ou outras atividades marcadas fora da Capital, mas acabaram “convocados” pela base.
Deputados da oposição criticaram a articulação, acusando o governador Camilo Santana de ter assediado deputados. “Nos bastidores é isso que a gente escuta. Deputado sendo acordado cedo da manhã com ligação de governador mandando ele ir votar. Tinha gente que estava até na Europa e teve que voltar correndo porque o chefe mandou”, diz Odilon Aguiar.
Vice-líder do governo na Casa, o deputado Julinho (PDT) rebateu a tese. “Não faz nem sentido falar em pressão, se você lembrar que a mesma proposta já foi aprovada antes. Então porque agora os mesmos deputados teriam resistência? E o debate ficou só na Assembleia, governador nem viu. Isso é falta de argumento da oposição”.
Apesar de contrário à PEC aprovada ontem, Sérgio Aguiar (PDT) também minimizou crítica. “O que a base fez foi articular um número mínimo de deputados para aprovação de uma tese sua. Nada mais natural, não vejo nada demais nisso”, avalia. (CM)