A venda e o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios brasileiros estão proibidos desde abril de 2008, após assinatura de acordo entre o Ministério Público e a CBF para reduzir a violência nos estádios. Em 2010, o impedimento acabou incluído no Estatuto do Torcedor. Mas, aos poucos, está sendo liberada país afora. A discussão chegou ao Ceará e divide opiniões. Antes de qualquer discussão, é preciso lembrar que a bebida alcoólica nunca deixou de ser vendida nos arredores dos estádios. Os torcedores sempre puderam ingerir antes e depois da partida de futebol.
Temos de levar em consideração também que os principais técnicos da área (médicos) explicam a curva descendente do efeito do álcool a partir da adrenalina da partida que está em campo. Culpar o consumo de álcool pela violência nos estádios é um exagero, já que suas causas são múltiplas, variadas e complexas, mas pesquisadores experientes na área médica explicam que o álcool reduz a censura e a autocrítica, potencializando a agressividade. Ou seja, se consumida durante a partida, a violência pode se manifestar com mais facilidade.
Classifico a liberação do consumo de bebidas alcoólicas nos estádios um retrocesso para o Ceará. Já foi constatada que os casos de violência diminuíram drasticamente com a proibição. Um desses levantamentos, feito pelo grupo de pesquisa de Murad, constatou que em 2008, primeiro ano de proibição, houve redução de 63% no índice de violência nos estádios de Pernambuco, de 57% em São Paulo e de 45% em Minas Gerais.
O conflito entre torcidas (problema crônico) aliado ao álcool desencadeia a violência nos estádios. A Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead) acredita que a liberação pode aumentar os casos de violência. Está claro que o interesse é meramente comercial.
Capitão Wagner
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Deputado estadual do Ceará (PR) e Capitão da Polícia Militar do Ceará