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Segunda, 29 Mai 2017 04:41

Base e oposição na Assembleia pede investigação de delação da JBS

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Evandro Leitão considera importante investigar pela falta de provas Renato Roseno pediu que Ministério Público Federal investigue FCO FONTENELE RODRIGO CARVALHO EM 17/4/2016 Evandro Leitão considera importante investigar pela falta de provas Renato Roseno pediu que Ministério Público Federal investigue FCO FONTENELE RODRIGO CARVALHO EM 17/4/2016
A oposição ao governador Camilo Santana (PDT) na Assembleia Legislativa se articula para aprofundar as investigações sobre o uso incentivos financeiros destinados a empresas no Ceará. A base também quer que as denúncias sejam averiguadas.   O POVO abordou na edição de ontem a relação entre programas de incentivo a empresas e as doações nas eleições nos últimos pleitos. Levantamento feito pela reportagem revela que, além da JBS, pelo menos outras três empresas fizeram doações de campanha em 2014 após receberem incentivos fiscais e financeiros de programas estaduais.   O deputado Renato Roseno (Psol) afirma que já solicitou à Secretaria da Fazenda os nomes de todos os beneficiários e as datas de repasse desde o ano de 2010. Ele afirma que entrou com requerimento na Procuradoria Geral da República (PGR) para que seja instaurado procedimento investigatório. "Ficamos todos atônitos com essa delação", ressalta.   O deputado Heitor Férrer (PSB), por sua vez, afirma que cabe à Assembleia apurar o caso. O parlamentar também entrou com uma representação na Procuradoria Geral da Justiça solicitando investigação.   Também integrante da bancada de oposição, Carlos Matos (PSDB) afirma que, durante os governo do PSDB, ou seja, até 2006, os valores a que as empresas tinham direito não ficavam retidos.   "Há um casamento evidente. Toda liberação de recursos se deu no período eleitoral. Fica evidente que houve pressão", protesta. Ele defende ainda uma CPI para investigação.     Base de Camilo   O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Evandro Leitão (PDT), afirma que não se pode apontar culpados “porque não existem provas, existem depoimentos”. Ao defender que as investigações aconteçam, o pedetista critica a postura do delator Wesley Batista. “Para conseguir delação ele acusa diversas pessoas sem provas. O que se tem que fazer é investigar. Você pode estar partindo de um pressuposto que não é verdadeiro, o que tem que fazer é investigar e aguardar as diligências para tecer qualquer tipo de comentário”, disse o parlamentar.   O líder governista destaca ainda que o pedido de impeachment que foi protocolado pelo deputado Capitão Wagner (PR) na Assembleia, com base nas denúncias da JBS, não apresentam qualquer base legal. "O próprio delator falou que não conhece o governador", defendeu Evandro Leitão. De fato, no seu depoimento, o empresário Wesley Batista disse, mais de uma vez, que não conhecia Camilo Santana.   Para entender   O delator Wesley Batista, um dos donos da JBS, acusa, em colaboração à Procuradoria-Geral da República, o ex-governador Cid Gomes (PDT) de receber R$ 20 milhões em “propina”.   O recurso estaria condicionado ao pagamento dos créditos de ICMS que o Estado devia às empresas no valor de R$ 110 milhões, segundo o empresário Wesley Batista.     Em coletiva de imprensa Cid se defendeu, negou contrapartidas e prometeu processar o delator por calúnia e difamação.     No levantamento feito pelo O POVO, além da JBS, as empresas Grendene S/A, Paquetá Calçados Ltda e Bermas Maracanaú Indústria e Comércio de Couro Ltda também receberam os incentivos fiscais no período eleitoral de 2014.     Todas essas empresas tiveram suas doações oficialmente formalizadas nas contas da campanha.   ÍTALO CORIOLANO | WAGNER MENDES
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