O ex-governador Cid Gomes (PDT) confirmou ontem que se reuniu em 2014 com os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS e delatores da Lava Jato. Ele rejeita, no entanto, ter tratado de financiamento de campanha com os irmãos.
Segundo Cid, a reunião tratou de dois assuntos: “Um deles era um compromisso que eles tinham que espontaneamente assumiram de implantar no Ceará uma fábrica da Vigor”, disse. Outra questão foi uma possível candidatura de um dos irmãos - também filiado ao Pros à época - a governador de Goiás.
O ex-governador do Ceará também confirmou que os secretários do governo Camilo, Antonio Balhmann (Relações Internacionais) e Arialdo Pinho (Turismo), cumpriram tarefa de “buscar financiamento” para a campanha de Camilo em 2014.
“Realmente, o Balhmann e o Arialdo, já licenciado do cargo, e mais algumas outras pessoas cumpriram a tarefa de buscar financiamento para a campanha. Coisa que é legal, que é como funciona regularmente o financiamento das campanhas no Brasil”, disse.
Ele reforçou, no entanto, que “em nenhum momento” houve qualquer insinuação de que a ajuda legal teria contrapartida de qualquer espécie com o governo do Estado. Em nota, Antonio Balhmann já negou qualquer relação irregular com a JBS, destacando que doações que recebeu da empresa ocorreram por sua atuação no mercado calçadista cearense.
Na manhã de hoje, o deputado Heitor Férrer (PSB) irá protocolar pedido de exoneração dos dois secretários na Assembleia. Cid, no entanto, rejeita tese: “Há algum motivo? Há alguma acusação formal contra eles?”, questiona.
Multimídia
Veja defesa apresentada por Cid Gomes:
http://bit.ly/videocid